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Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, afirma que queda do governo "não é uma vitória"

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, posa antes de uma entrevista ao canal de televisão francês TF1, em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris, quarta-feira, 4 de dezembro de 2024
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, posa antes de uma entrevista ao canal de televisão francês TF1, em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris, quarta-feira, 4 de dezembro de 2024 Direitos de autor  STEPHANE DE SAKUTIN/
Direitos de autor STEPHANE DE SAKUTIN/
De Sophia Khatsenkova
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Quando Michel Barnier se demitir formalmente, tornar-se-á o primeiro-ministro com o mandato mais curto da história moderna de França.

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A Assembleia Nacional de França - a câmara baixa do Parlamento - derrubou o Governo do primeiro-ministro Michel Barnier na quarta-feira à noite.

Um total de 331 deputados, da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e da extrema-direita Rassemblement National, votaram a favor da moção de desconfiança, num universo de 577 legisladores.

Esta medida lançou o país num período de incerteza política e económica, apenas seis meses depois de o presidente Emmanuel Macron ter dissolvido a Assembleia Nacional na sequência da pesada derrota do seu partido nas eleições europeias.

Como é que os diferentes partidos reagiram ao resultado?

Até agora, as reações têm sido mistas na esfera política.

Mathilde Panot, líder do partido de extrema-esquerda La France Insoumise (LFI), parte da coligação NFP, congratulou-se com o resultado, dizendo aos jornalistas: "Hoje é um dia histórico... Hoje defendemos a democracia".

"O caos não somos nós, foi Emmanuel Macron durante os últimos sete anos", acrescentou, antes de pedir ao Presidente francês que se demita.

Os apelos à demissão de Macron têm-se multiplicado entre os vários partidos da oposição. No entanto, ele não é obrigado a fazê-lo, uma vez que o seu mandato termina na primavera de 2027.

Contudo, Olivier Faure, líder do Partido Socialista (PS) e membro da coligação NFP, disse que não acha que a demissão de Macron seja "uma boa solução" para a crise política.

Na extrema-direita, Marine Le Pen, figura proeminente do partido do Rassemblement National, adotou um tom grave durante uma entrevista ao canal de televisão francês TF1 na noite de quarta-feira.

"Não havia outra solução", disse Le Pen, afirmando que não considera o resultado da votação como "uma vitória".

Questionada sobre se Macron deve demitir-se, Marine Le Pen disse que não defende a realização de eleições presidenciais antecipadas. "Só ele tomará essa decisão", acrescentou.

No que diz respeito ao plano orçamental para 2025, Marine Le Pen sublinhou que o seu partido irá "deixá-los trabalhar" e que irão "co-construir, não apenas com o RN mas com todas as forças da Assembleia, um orçamento que seja aceitável para todos".

Outros políticos criticaram o resultado da votação.

Valérie Pécresse, a presidente de direita da região de Paris, considerou este "um dia triste para a França" e defendeu Michel Barnier, afirmando que este tinha tentado colocar o país no bom caminho, numa publicação no X.

O ministro das Finanças cessante, Antoine Armand, acusou a esquerda e a extrema-direita de "unirem forças para desestabilizar o país".

Emmanuel Macron deverá dirigir-se à nação na quinta-feira à noite, mas a sua equipa ainda não forneceu quaisquer detalhes sobre quando será nomeado um novo primeiro-ministro.

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