Vídeos pornográficos falsos gerados por IA espalham-se na Grécia. Muitos são com menores

Os deepfakes, vídeos falsos gerados por inteligência artificial, estão a espalhar-se na Grécia
Os deepfakes, vídeos falsos gerados por inteligência artificial, estão a espalhar-se na Grécia Direitos de autor Daniel Estrin/AP Photo
Direitos de autor Daniel Estrin/AP Photo
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Com as ferramentas de Inteligência Artificial disponibilizadas gratuitamente na internet, são criados vídeos pornográficos falsos de estudantes menores de idade, usados depois para chantageá-los. Governo grego prepara lei para ajudar as vítimas a retirar o conteúdo da internet o mais rápido possível

PUBLICIDADE

Há uma vaga de vídeos pornográficos falsos, gerados por Inteligência Artificial (IA), os chamados deepfakes, a espalhar-se na Grécia. 

Quem recorre a esta prática faz uso das ferramentas de IA gratuitas, disponíveis na internet, para distorcer fotografias, vídeos e som e, dessa forma, criar vídeos pornográficos amadores. Colocam-se pessoas a dizer e a fazer o que nunca disseram ou fizeram.

Em centenas de casos, as vítimas são estudantes menores de idade.

"A IA facilitou a vida aos malfeitores. Eles encontram as ferramentas de IA que são muito fáceis de usar e não precisam de formação sofisticada. Pegam em fotografias, colocam a cara das pessoas num vídeo erótico e distribuem o vídeo em várias plataformas", alerta Manolis Sfakianakis, fundador do Instituto de Educação e Pesquisa em Cibersegurança (CSI). 

Sfakianakis explica que o objetivo destas pessoas é vingarem-se, pedirem um resgate ou simplesmente divertirem-se

"Temos centenas de casos de crianças cujos rostos foram usados para vídeos deepfake, que foram difundidos entre colegas de escola", refere.

Na Grécia, o primeiro caso de utilização de inteligência artificial para criar um vídeo sexual falso aconteceu há cerca de três anos. A vítima era uma estudante menor e o agressor um colega de turma.

"O aluno tirou fotografias das redes sociais da colega de turma e utilizou-as de forma a fazer parecer que a vítima estava a participar num vídeo pornográfico. Quando a investigação foi concluída, descobrimos que a vítima era a melhor aluna da turma e o agressor era o segundo melhor aluno, que só queria desacreditar a colega", conta Kelly Ioannou, CEO do CyberX.

Na Grécia, os casos de violação da privacidade triplicaram na última década

O governo está a preparar uma nova lei para ajudar as vítimas a retirarem o mais rapidamente possível o material deepfake da internet.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

2023 foi o pior ano em termos de conteúdos sobre abuso sexual de crianças

Poderá a Inteligência Artificial destruir a humanidade? Grupo PauseAI diz que sim

Amor no tempo da IA: Mulher cria um namorado chatbot alimentado por Inteligência Artificial