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Ficar acordado até tarde ao fim-de-semana pode agravar apneia do sono

Um homem ressona.
Um homem ressona. Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
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Investigadores apelidaram de "apneia social" o aumento dos distúrbios do sono durante o fim-de-semana, quando as pessoas ficam acordadas até tarde e dormem mais.

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Ficar acordado até tarde durante o fim-de-semana pode agravar uma doença do sono comum, segundo um novo estudo.

Estima-se que 936 milhões de adultos em todo o mundo sofram de apneia obstrutiva do sono (AOS), que consiste no colapso repetido das vias respiratórias durante o sono, provocando pausas na respiração, perturbações frequentes do sono, ressonar alto e fadiga diurna.

O estudo mais recente sugere que o custo real da perturbação do sono pode ser ainda maior, depois de os investigadores terem identificado um pico de gravidade durante os fins-de-semana, devido a opções de estilo de vida e sono irregular.

"O sono já é um importante problema de saúde pública, mas as nossas descobertas sugerem que o seu verdadeiro impacto pode estar a ser subestimado", afirmou em comunicado Lucia Pinilla, uma das autoras do estudo e investigadora do sono na Universidade Flinders, na Austrália.

"A maior parte dos testes clínicos de diagnóstico é feita numa única noite, normalmente uma noite de semana, o que não permite detetar o efeito de fim de semana a que chamamos agora «apneia social»", acrescentou.

A equipa de Pinilla analisou os dados de cerca de 70 mil pessoas em todo o mundo, cuja qualidade do sono foi monitorizada através de um dispositivo colocado debaixo do colchão.

Segundo o estudo, as perturbações do sono eram muito mais comuns durante os fins-de-semana. As pessoas tinham 18% mais probabilidades de ter AOS moderada, ou grave, aos sábados do que às quartas-feiras.

As alterações dos horários de sono - ficar acordado até tarde ou dormir até mais tarde - agravaram a apneia do sono.

Por exemplo, dormir mais 45 minutos ao fim de semana aumentava o risco de perturbações graves do sono em 47%.

O estilo de vida e fatores relacionados com a idade também parecem desempenhar um papel importante.

Os adultos com 60 anos, ou mais, apresentam um risco 7% superior aos fins-de-semana, em comparação com 24% das pessoas com menos de 60 anos.

Os resultados foram publicados no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.

Como a apneia do sono afeta a saúde?

A apneia do sono pode ter consequências mais graves do que "apenas" uma noite mal dormida. Se não for tratada, a condição pode aumentar o risco de doenças cardíacas, diabetes, acidente vascular cerebral, depressão e demência.

Pinilla advertiu que o pico do fim-de-semana pode aumentar ainda mais o risco destes problemas de saúde.

Muitas pessoas com AOS utilizam uma máquina de pressão positiva contínua nas vias respiratórias (CPAP) quando dormem para garantir um fluxo de ar regular e evitar interrupções na respiração e ressonar durante a noite.

Uma mulher demonstra como coloca o seu aparelho respiratório para apneia do sono em sua casa, em Los Angeles, na quinta-feira, 12 de julho de 2018.
Uma mulher demonstra como coloca o seu aparelho respiratório para apneia do sono em sua casa, em Los Angeles, na quinta-feira, 12 de julho de 2018. Reed Saxon/Copyright 2018 The AP. All rights reserved.

Danny Eckert, um dos autores do estudo, afirma que as pessoas com AOS devem também tentar manter uma rotina de sono regular e dormir sete a nove horas por noite, mesmo aos fins-de-semana.

"Manter uma hora fixa para acordar e utilizar a terapia prescrita para a AOS, mesmo aos fins-de-semana, e ir para a cama quando se sentir sonolento, ajudará a garantir que tem frequentemente um sono reparador suficiente, o que pode ajudar a combater o pico de AOS ao fim de semana", afirmou Eckert.

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