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Governo trabalhista no Reino Unido suavizará regras do Brexit com UE?

Keir Starmer não reabrirá todo o acordo de saída da UE mas quer aproximar o Reino Unido do bloco
Keir Starmer não reabrirá todo o acordo de saída da UE mas quer aproximar o Reino Unido do bloco Direitos de autor AP Photo/Jon Super Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Isabel Marques da Silva
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Durante a campanha, Keir Starmer disse que não reabrirá o Acordo de Comércio e Cooperação com a União Europeia (UE), mas o novo chefe de governo quer responder às preocupações de 70% das pessoas no Reino Unido que afirmam que o Brexit piorou as suas vidas.

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Na Stonemanor, uma das lojas de produtos britânicos mais populares da Bélgica, os clientes estão cientes de que o Brexit não será desfeito após as eleições gerais, quinta-feira, no Reino Unido, que deram a vitória aos trabalhistas (centro-esquerda), liderados por Keir Starmer.

Mas em conversa com a Euronews, alguns dos britânicos a residir no país que alberga as principais instituições da UE, disseram que esperam que se concretize a promessa de Starmer de que vai tentar melhorar as relações do país com a União Europeia, de onde saiu em 2020.

“Por exemplo, quando se vai numa viagem escolar para o Reino Unido, tem que comprar passaporte e não é tão fácil porque custa muito dinheiro. Esse já seria um um motivo para simplesmente nos livrarmos do Brexit, porque para a cultura e o turismo produziriam muitos ganhos para a economia", disse um jovem.

Outro cliente também referiu que era importante ter melhores relações comerciais, culturais e na educação, mas dá primazia ao setor da saúde: "As pessoas devem poder cruzar a fronteira, mais facilmente, em busca das melhores oportunidades ao nível da medicina, dos hospitais".

Linhas vermelhas e portas que se abrem

O futuro primeiro-ministro trabalhista não reabrirá o Acordo de Comércio e Cooperação, mas quer responder às preocupações de 70% das pessoas no Reino Unido que afirmam que o Brexit piorou as suas vidas.

A longo prazo, um esquema de mobilidade juvenil está nos planos, desde que não seja apresentado como livre circulação pela porta dos fundos.
Charles Grant
Diretor, Centro para a Reforma Europeia

Para as negociações com a UE, Starmer já delineou as suas linhas vermelhas: não quer adesão à união aduaneira nem ao mercado único ou repôr a liberdade de movimento.

Mas poderão ser abertas portas para novos acordos sobre normas veterinárias e a mobilidade dos jovens, por exemplo, poderão ser áreas de melhoria para ambas as partes, afirmou Charles Grant, diretor do Centro para a Reforma Europeia, em entrevista à Euronews.

"Keir Starmer já disse que quer rever as normas sanitárias para reduzir os controlos fronteiriços sobre alimentos, plantas e animais, o que deveria ajudar os agricultores, por exemplo, e os importadores de alimentos", explicou o analista político.

No que se refere ao esquema de mobilidade juvenil, que foi proposto pela Comissão Europeia, há um mês, houve uma rejeição do governo e da oposição, mas o dossiê poderá ser reaberto.

"A longo prazo, um esquema de mobilidade juvenil está nos planos, desde que não seja apresentado como livre circulação pela porta dos fundos", referiu Charles Grant, acrescentando que o mesmo raciocínio se poderá aplicar a consultores e artistas.

Num relatório recente, o Centro para a Reforma Europeia elenca outras áreas de possível cooperação reforçada com a UE tais como as políticas de ação climática e energética, os serviços financeiros. De recorddar que os cientistas e investigadores britânicos volatram a ter acesso ao programa de financiamento Horizon da UE.

Outra área de cooperação que poderá ser reforçada é a da segurança e defesa, dada a guerra na Ucrânia e a deterioração das relações com a Rússia. O líder do Partido Trabalhista tinha apelado a um pacto para promover a cooperação em política externa e de defesa com a UE.

"Neste momento, os britânicos não têm qualquer relação com a UE nestas áreas, ao contrário do que a UE tem com a Noruega, e mesmo os EUA e o Canadá. Criar algum tipo de estrutura em que os britânicos participem em reuniões de ministros dos Negócios Estrangeiros, chefes de governo e altod funcionários para falar sobre desafios comuns como a Ucrânia é altamente desejável", considera o diretor do centro de estudos.

Keir Starmer terá a oportunidade de falar com os líderes da UE na reunião da NATO, em Washington, na próxima semana, e alguns dias depois, durante a reunião da Comunidade Política Europeia em Londres.

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