Este inverno poderá ser o mais difícil desde a invasão da Rússia, no início de 2022, disse o primeiro-ministro ucraniano aos jornalistas.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, afirmou, durante uma conferência de imprensa na terça-feira, que as capacidades de defesa do país são a principal prioridade do novo governo.
“Neste domínio, as principais tarefas são a produção de armas, o financiamento e a construção das nossas fortificações”, afirmou.
Numa altura em que Kiev se prepara para um inverno rigoroso de combates com as tropas de Moscovo, num contexto de potencial avanço do leste da Ucrânia, foi concluída a construção de uma linha adicional de Defesa nas zonas da Ucrânia mais próximas da linha da frente.
“O projeto foi concluído e foram atribuídos fundos significativos, cerca de 40 mil milhões de hryvnia (879 milhões de euros) este ano, para a criação e construção da terceira linha de fortificações”, explicou Denys Shmyhal.
O primeiro-ministro ucraniano afirmou que a primeira e a segunda linhas foram construídas pelas forças armadas com o orçamento do Ministério da Defesa. A terceira linha, com fortificações de betão, foi construída a partir do orçamento de Estado com a ajuda das administrações militares regionais.
Shmyhal afirmou ainda que a produção de armas duplicou desde 2023 e que, para se preparar para outro inverno difícil, as infraestruturas de energia civil estão a ser restauradas e o Governo está a trabalhar na descentralização do setor.
“Concentrámo-nos em Kharkiv, e na região de Kharkiv, porque sabemos que os russos destruíram todas as centrais térmicas em torno da cidade. Por isso, estamos a levar para lá caldeiras móveis, pequenas caldeiras de um megawatt”, disse.
Este inverno não será menos difícil do que os anteriores, será "talvez mesmo o mais difícil", disse o primeiro-ministro aos jornalistas.
O primeiro-ministro acrescentou ainda que "a Ucrânia planeia atravessar este inverno com gás produzido internamente."
Os planos de Shmyhal foram anunciados após a maior remodelação governamental em Kiev desde que a Rússia lançou a sua invasão em grande escala.