Um dia depois da Arábia Saudita ter lançado a campanha aérea no Iémen contra a rebelião houthi, apoiada pelo Irão, as palavras de ordem não se
Um dia depois da Arábia Saudita ter lançado a campanha aérea no Iémen contra a rebelião houthi, apoiada pelo Irão, as palavras de ordem não se fizeram esperar em Teerão. O ayatollah Kazem Sedighi, que dirigiu as orações de sexta-feira, descreveu os ataques como uma interferência nos assuntos internos do Iémen e acusou a Arábia Saudita de estar ao serviço dos Estados Unidos e de Israel.
De visita à Guatemala, o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, aproveitou a ocasião para lançar uma farpa à administração Obama: “Este é um claro exemplo de dois pesos e duas medidas. Nunca desejámos o que aconteceu na Ucrânia nem o que aconteceu no Iémen. Em ambos os casos temos um longo caminho pela frente antes conseguirmos uma reconciliação nacional”. A Rússia é o principal aliado do Irão xiita, enquanto a Arábia Saudita, sunita, é apoiada pelos Estados Unidos.
Os equilíbrios regionais estão em causa. O presidente turco, Receep Tayyip Erdogan, também deixou um aviso ao regime de Teerão: “O Irão está a tentar dominar a região, é para isso que estão a trabalhar. Será que o podemos tolerar? Isto é perturbador para muitos países, como a Turquia, a Arábia Saudita e os Estados do Golfo.”
O Médio Oriente está transformado num barril de pólvora. O governo saudita afirma ser apoiado por uma dezena de países e conta com o apoio logístico e dos serviços de informações americanos, enquanto os rebeldes houthis contam com a ajuda do Hezbollah libanês e dos Guardas da Revolução iranianos.