Eleições na República Centro-Africana: sem alimento não há paz

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De  Euronews
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Depois de vários adiamentos, as eleições presidenciais na República Centro-Africana estão marcadas para esta quarta-feira. Entre os trinta

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Depois de vários adiamentos, as eleições presidenciais na República Centro-Africana estão marcadas para esta quarta-feira. Entre os trinta candidatos, três são considerados favoritos à vitória.

Os antigos chefes de Estado do país não foram autorizados a concorrer ao escrutínio.

Após três anos de guerra civil, o processo eleitoral desenrola-se num contexto de alta tensão. Richard Ouanga, professor de direito na Universidade de Bangui, espera que as presidenciais abram caminho à pacificação do país.

“Estou convencido de que os centro-africanos voltarão a viver juntos como no passado, porque se trata apenas de um grupo de indivíduos a tentar criar o caos. Prova disso: no final da semana passada, no bairro PK5 os muçulmanos manifestaram-se contra os outros muçulmanos que desencadearam os problemas”, disse o professor universitário.

O PK5 é o nome do bairro muçulmano da capital, Bangui, palco de um protesto recente contra os extremistas islâmicos. Os habitantes manifestaram-se contra os rebeldes que pretendiam impedir um referendo.

Cronologia da crise

O ciclo de violência começou em 2013 com o registo de conflitos entre a maioria cristã e a população muçulmana.

Em março de 2013, o Presidente, François Bozizé, foi derrubado pelos rebeldes da fação muçulmana Séléka. Em dezembro, a França enviou milhares de soldados para por termo à violência. As divisões no país acentuaram-se. Michel Djotodia autoproclamou-se presidente mas acabou por demitir-se em janeiro de 2014 tendo sido substituído por Catherine Samba. Ao assumir o poder, a primeira mulher presidente da República Centro-Africana pediu de imediato o cessar-fogo.

Em julho de 2014 as partes em conflito assinaram um acordo que previa a formação de um governo de unidade nacional.

Alimento para o povo: condição prévia para a paz?

O economista e ex-primeiro-ministro Anicet Dologuele é um dos candidatos às presidenciais desta quarta-feira e mostra-se cético face à possibilidade de instaurar um clima de paz num contexto de probreza.

“Podem fazer discursos de reconciliação e assinar acordos de paz mas se o povo não tiver alimento, as condições que criaram a crise mantêm-se”, disse Dologuele, considerado um dos favoritos à vitória.

Três anos de violência na República Centro-Africana causaram milhares de mortos. Um milhão de pessoas abandonaram as casas. Uma parte da população foi obrigada a refugiar-se em países vizinhos.

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