Laurent Gbagbo recorreu a “todos os meios” e a uma “violência inimaginável” para tentar manter o poder na Costa do Marfim: afirmações feitas pela
Laurent Gbagbo recorreu a “todos os meios” e a uma “violência inimaginável” para tentar manter o poder na Costa do Marfim: afirmações feitas pela procuradora do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, que diz ter obtido “um grande número de provas” que demonstram a culpabilidade do ex-presidente marfinense na violência pós-eleitoral em que mergulhou o país em 2010 e 2011 e que fez 3000 mortos.
O antigo chefe de Estado declarou-se esta quinta-feira “inocente” das quatro acusações de crimes contra a humanidade de que é alvo.
Na abertura do julgamento, Bensouda afirmou que “ao proclamar-se presidente da Costa do Marfim, Gbagbo usou as forças de segurança e defesa marfinenses para atacar civis. Também usou mercenários com o mesmo fim, bem como grupos de jovens e milícias, galvanizadas pela retórica de ódio de Blé Goudé, para atacar civis”.
O ex-chefe de Estado é julgado juntamente com o antigo líder da milícia “Jovens Patriotas”, Charles Blé Goudé.
Apesar da severidade das acusações, Gbagbo continua a contar com apoiantes, como demonstrou a manifestação contra o julgamento, que reuniu centenas de marfinenses no exterior do tribunal, em Haia.
O início do julgamento, o primeiro contra um ex-chefe de Estado no TPI, também expôs as divisões persistentes na Costa do Marfim.
Gbagbo e Blé Goudé são acusados fomentar uma campanha de violência para tentar, em vão, manter o ex-presidente no poder após a derrota eleitoral de 2010. Mas, se uma parte dos marfinenses o classifica de um “vilão” que rejeitou o resultado das eleições e assassinou o próprio povo, outros consideram-no como um herói nacional, injustamente acusado.