Eurodeputados confrontam Comissão sobre glifosato

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Alegado caráter cancerígeno do principal ingrediente do pesticida "RoundUp", da Monsanto, volta a dar que falar.

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Com a renovação da licença de uso do glifosato como pano de fundo, o alegado caráter cancerígeno do principal ingrediente do pesticida “RoundUp”, da Monsanto, volta a dar que falar. No mais recente capítulo de uma longa batalha, vários eurodeputados, aos quais se juntam organizações não-governamentais e cientistas independentes, confrontaram a Comissão Europeia em relação à independência, colocada em causa, dos estudos científicos sobre os quais se baseou a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) para rejeitar o risco.

“Quando uma empresa quer lançar um pesticida no mercado tem de se submeter a uma avaliação de risco em primeiro lugar. É algo que fazemos na Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) juntamente com peritos dos diferentes Estados-membros. No caso do glifosato fizemos uma avaliação de risco completa, analisando o impacto sobre os consumidores, animais e ambiente. Considerámos estes estudos de segurança detalhados e outra informação científica de literatura da área”, sublinhou, em entrevista à Euronews, James Ramsay, da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

A “luz verde” da EFSA está longe de gerar consenso, tanto mais que em março de 2015 a Agência Internacional de Investigação para o Cancro da Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um parecer distinto.

“A posição da EFSA contrariou a do Centro Internacional de Investigação do Cancro que classificou o glifosato como provavelmente cancerígeno. Nas avaliações que fazem, as agências europeias focalizam-se unicamente em estudos pedidos diretamente pela indústria dos pesticidas – as mesmas pessoas que vendem estes produtos e que não tornam estes estudos públicos”, lembra Suzanne Dalle, da Greenpeace França.

Um relatório publicado esta quarta-feira pelo Corporate Europe Observatory, um grupo de denúncia que defende a transparência nas instituições da União Europeia, refere de forma preocupante, entre outras coisas, que 46% dos peritos que integra os painéis científicos da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos tem conflitos de interesse por causa da relação com empresas agrícolas ou alimentares.

The least independent scientific panel at EFSA is the one on food additives, with 58% of experts who shouldn’t have been appointed there. https://t.co/lVOeF4HhsE

— CEO (@corporateeurope) 14 de junio de 2017

Para a eurodeputada socialista maltesa Miriam Dalli não se pode renovar a licença do uso de glifosato enquanto “não se dissiparem as incertezas.”

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