Espanha vai de férias ainda sem governo

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De  Maria Barradas
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Pedro Sánchez falhou a segunda tentativa de formar o governo de Espanha. Os desacordos entre o PSOE e o Podemos voltaram a inviabilizar a coligação.

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Pedro Sánchez não conseguiu, pela segunda vez, o apoio do parlamento espanhol para a formação do governo.

As negociações com o partido de esquerda Unidas Podemos (UP) voltaram a falhar e Sánchez volta a tentar em Setembro. O PSOE e o Podemos têm agora um mês para a última tentativa de reduzirem as diferenças enormes que os separam da formação de uma coligação governativa.

O primeiro-ministro em exercício disse, no decorrer da segunda sessão de investidura falhada:  "Se me obrigar a escolher entre a presidência de um governo que não sirva a Espanha e a optar pelas minhas convicções, eu não tenho qualquer dúvida: escolho as minhas convicções, escolho proteger a Espanha".

O líder do Podemos, Pablo Iglesias, pediu negociações com respeito: "Fizemos uma nova proposta. Ainda estamos a tempo de salvar esta sessão de investidura e ter um governo de coligação. Se o senhor não aceita a nossa proposta, volto a estender-lhe a mão. Não leve os espanhóis a eleições. Negocei conosco com respeito."

Se as negociações entre o PSOE e o Podemos voltarem a falhar em Setembro, o país vai a votos de novo no dia 10 de novembro, nas quartas eleições em quatro anos. Os líderes dos partidos representados do parlamento atribuem o fracasso do porcesso a Pedro Sánchez.

"Pedro Sanchez não é de fiar. Isto prova que ninguém no parlamento confia em Pedro Sánchez. Ele obteve mais votos contra do que a favor", diz Teodoro Garcia Egea, do Partido Popular (PP).

Ines Arrimadas, do Ciudadanos, afirma: "Espanha sairá desta situação, claro, mas o que ficou demonstrado hoje é que Sánchez faz parte do problema e não da solução deste país".

Para outros partidos da esquerda, mesmo os independentistas, foi mais uma oportunidade perdida.

"Toda a gente sabe o que pensamos e todos sabem o que temos feitos nos últimos dias. Resumindo, isto é um desastre!", desabafa Gabriel Rufian, da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

Muitos socialistas acreditam que levando o país a novas eleições, o partido sairia reforçado, mas são poucos os que ousariam apostar nesta estratégia. Os espanhóis começam a ficar cansados e esta incapacidade de gerar compromissos está a desgastar a imagem dos partidos de esquerda.

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