Líder da RENAMO rejeita responsabilidade na violência

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Direitos de autor Ossufo Momade - RENAMO
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De  Ricardo Figueira com LUSA
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Ossufo Momade nega que o partido tenha algo a ver com a violência que já fez 21 mortos desde agosto no centro de Moçambique. Denuncia ainda alegadas fraudes eleitorais.

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O líder da RENAMO não aceita os resultados das eleições gerais moçambicanas de Outubro, que deram a vitória à FRELIMO e ao presidente Filipe Nyusi. Ossufo Momade fala em fraude eleitoral e promete lutar por via pacífica, nomeadamente através de manifestações, contra o que diz ser uma apropriação ilegítima do poder por parte do partido que governa Moçambique desde a independência. Lamenta ainda a alegada partidarização das instituições do Estado a quem a RENAMO recorreu, sem sucesso, para denunciar as alegadas fraudes.

Momade pede ainda a criação de uma comissão de inquérito para investigar a autoria dos ataques armados no centro do país, sobretudo nas províncias de Manica e Sofala. Diz que a RENAMO não tem nada a ver com estes ataques, que aconteceram num bastião do partido.

Desde agosto, pelo menos 21 pessoas morreram em ataques de grupos armados que deambulam pelas matas nas províncias de Manica e Sofala e as autoridades moçambicanas têm responsabilizado os guerrilheiros da Renamo liderados por Mariano Nhongo, general dissidente do partido e que exige a renúncia de Ossufo Momade.

O presidente do principal partido de oposição reitera o distanciamento do partido, considerando Mariano Nhongo um desertor e afirmando que a Renamo está comprometida com o Acordo de Paz e Reconciliação assinado a 06 de agosto com o Governo moçambicano.

"Voltamos a reiterar que as forças residuais da Renamo aguardam serenamente nas bases e sob comando do seu Estado-maior General o desfecho do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração", referiu o presidente da Renamo.

A Renamo considera que as autoridades moçambicanas estão a tentar desestabilizar o partido com acusações infundadas através de meios de comunicação públicos, acrescentando que foi "o regime da Frelimo [partido no poder] que acarinhou o surgimento dos atacantes".

"O regime aplaudiu quando o cabecilha dos atacantes [em alusão a Mariano Nhongo] disse publicamente que quer assassinar o presidente da Renamo. Facto curioso, este pronunciamento não mereceu a condenação de ninguém", declarou Ossufo Momade.

As novas incursões no centro de Moçambique acontecem num reduto da Renamo e onde os guerrilheiros daquele partido se confrontaram com as forças de defesa e segurança moçambicanas e atingiram alvos civis até ao cessar-fogo de dezembro de 2016.

O acordo de paz assinado em agosto por Momade e Nyusi pôs fim a 44 anos de conflito entre a Frelimo e a Renamo. Estipula que as tropas afetas à oposição fiquem nos quartéis e comecem um processo de integração nas tropas regulares moçambicanas. Momade garante que está a cumprir o prometido.

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