Palmas para os curados e "ganas" de trabalhar dos médicos infetados

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De  Ricardo FigueiraJaime Velázquez
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Habituados a atuar em teatros de guerra e países assolados pela fome e epidemias, os Médicos Sem Fronteiras abrem, pela primeira vez, operações em território espanhol.

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Aplausos das equipas médicas para Graciela Alonso. Esta mulher está prestes a deixar o hospital de campanha onde estava a ser tratada, em Madrid, depois de curada da Covid-19: "Passei muito mal, porque sentia que não conseguia respirar. Graças a todo o apoio e ao tratamento que recebi aqui, foi melhor do que teria sido se tivesse ficado em casa", conta.

Graciela é um raio de esperança no meio da tragédia e tem uma mensagem para os doentes: Derrotar a Covid19 é possível. Apesar da taxa de mortalidade alarmante, o número de pacientes recuperados está a ultrapassar o de mortes. Mais de 16 mil pessoas tiveram alta dos hospitais espanhóis.

"Temos uma tarefa gigantesca, uma luta dura em turnos intermináveis de 16 horas. Mas temos a moral alta, a trabalhar bem, porque temos a recompensa dos aplausos que soam em todo o pavilhão quando alguém tem alta. É a melhor das recompensas", explica Javier Quiroga, médico de urgências em Madrid.

Médicos infetados desejosos de voltar ao serviço

A epidemia tem sido particularmente dura para os profissionais de saúde. Cerca de 12 mil foram infetados em Espanha. Federico Gutiérrez é chefe do serviço de cardiologoa do hospital de La Paz em Madrid e esteve de baixa com Covid: "É como se nos tivesse passado um cilindro por cima. Dói tudo. Doem os músculos, doem as articulações, dói a cabeça. Por muito que tentemos, não conseguimos aguentar. Tive de passar uma semana no hospital, mas estou muito animado. Sinto uma necessidade física de ajudar os meus pacientes e os meus colegas que estão a passar por esta situação sobre-humana. Estão a trabalhar acima das possibilidades", diz.

Como Gutiérrez, milhares de profissionais de saúde estão a recuperar da Covid19 e desejosos de voltar onde são mais precisos.

MSF chegam a Espanha

As ruas de Madrid são agora um campo de batalha, mas os estragos só se podem ver dentro dos edifícios. Pela primeira vez, os Médicos Sem Fronteiras, a ONG especializada em crises humanitárias abriu operações em Espanha para servir a população local.

A organização abriu dois hospitais de campanha em Madrid para ajudar as unidades de cuidados intensivos com o influxo de novos pacientes de Covid-19: "A ideia é oferecer uma expansão aos hospitais que estão a entrar em colapso. Aliviar as urgências e, à medida que a situação se desenvolve e se estabelecem prioridades, dar aos hospitais a oportunidade de serem eles a gerir estas estruturas", explica Paula Farias, coordenadora dos MSF em Espanha.

Os Médicos Sem Fronteiras colocaram, para já, 200 camas à disposição dos hospitais espanhóis.

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