Notícia chega em plenas celebrações do fim do Ramadão.
Em plena celebração do Eid al-Fitr, a festa do fim do Ramadão, a Faixa de Gaza teve, pela primeira vez, um caso mortal de Covid-19. Até agora praticamente poupado à pandemia, o território pode tornar-se um barril de pólvora, devido às condições de vida da população e ao sistema de saúde sobrecarregado. O ministro dos assuntos religiosos, Nimer Abu Aon, decidiu autorizar as cerimónias do Eid, como explicou: "Talvez devido ao bloqueio israelita ou à misericórdia divina, Gaza é hoje um dos únicos locais seguros onde se podem realizar as orações do Eid e da sexta-feira".
Na casa da família Al Masri, as mulheres fazem os bolos tradicionais desta festividade. Estes bolos são típicos da celebração do Eid em Gaza. São oferecidos às visitas e apreciados sobretudo pelas crianças. Também é costume, nesta altura, estrear roupas novas. Aqui, ao contrário de outros países árabes em confinamento devido à pandemia, é possível celebrar o Eid de uma forma quase normal.
"Aprendemos que o Eid é sempre acompanhado por bolos. Quando a festa se aproxima, não nos interessam as roupas novas, as crianças é que querem estrear roupas para ir a algum sítio no Eid. Por estes dias, perguntam-nos também muito pelos bolos, querem saber se a avó faz bolos do Eid para elas", conta Rema, uma das mulheres jovens na família.
Os mercados, por estes dias, estão apinhados e fazem negócio. Aqui, não há qualquer medida de confinamento ou que possa impedir as multidões. Já na mesquita, há regras de distanciamento a respeitar, devido à epidemia.