Do Reino Unido a França, passando pelos Estados Unidos, várias manifestações antirracistas voltaram a decorrer em torno de estátuas polémicas.
Não foram as restrições sanitárias que vigoram no Reino Unido a impedir protestos antirracistas pelo quarto fim de semana consecutivo. Com sucessivos apelos ao distanciamento entre participantes, de Londres a Manchester, passando por Glasgow, sucederam-se manifestações pelo confronto com o presente e o passado.
Em Edimburgo, exigiu-se mais uma vez a retirada do espaço público da estátua de uma figura ligada ao esclavagismo, no caso Henry Dundas.
Enquanto muitos manifestantes continuem a ajoelhar-se, num gesto que se tornou símbolo da mobilização antirracista, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico lançou uma polémica por causa disso mesmo. Para Dominic Raab, esse gesto representa uma atitude de "subjugação", com "uma conotação feudal". No entanto, o governante disse também compreender que não é essa a intenção do movimento Black Lives Matter e que o que é necessário agora é "mostrar solidariedade".
Em França, a cidade de Lille assistiu a um ajuntamento em torno da estátua do general Louis Faidherbe, nome histórico associado à violência do colonialismo. Rapidamente, alguns ativistas de extrema-direita vieram gritar: "estamos em nossa casa".
Nos Estados Unidos, em São Francisco, duas figuras foram derrubadas: a de Francis Scott Key, autor do hino americano e defensor de proprietários de escravos, assim como a do frade franciscano Junípero Serra, considerado um símbolo do colonialismo europeu sobre os povos indígenas americanos.