Líderes europeus tentam acordo quanto à resposta económica face à crise da Covid-19

Depois de semanas de desacordo quanto à resposta económica da União Europeia à crise da Covid-19, era expectável que o primeiro dia do Conselho Europeu terminasse sem fumo branco entre os 27 estados-membros.
Os trabalhos, em Bruxelas, continuam este sábado, mas não será fácil chegar a um acordo.
Nesta altura, há sobretudo, duas questões que parecem difíceis de ultrapassar.
A primeira é a exigência dos Países Baixos de ter poder de veto para travar o desembolso dos apoios aos Estados-membros, caso algum não esteja a cumprir as reformas ou investimentos com que se comprometeu. A ideia é rejeitada por todos os outros estados-membros, mas numa negociação que exige unanimidade, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte poderá bloquear todo o processo.
A outra questão, até agora intransponível, é o condicionamento da entrega das ajudas financeiras ao respeito pelo Estado de Direito. Uma exigência que tem a oposição da Hungria e Polónia, países que têm abertos contra si procedimentos por supostas violações nesta matéria.
O Fundo de Recuperação europeu pós-pandemia prevê apoios aos estados-membros de 750 mil milhões de euros. 500 mil milhões em subsídios a fundo perdido e os restantes 250 mil milhões de euros em empréstimos.
Neste primeiro Conselho Europeu presencial dos últimos cinco meses, os líderes europeus tentam também chegar a acordo sobre o orçamento da União Europeia para o período entre 2021 e 2027, o chamado Quadro Financeiro Plurianual, na ordem de 1,074 biliões de euros.