Suíça rejeita escrutínio a empresas apesar de voto popular favorável

A Suíça rejeitou este domingo penalizar as empresas sediadas no país em duas propostas colocadas a referendo.
Numa, eram visadas as empresas sediadas no país implicadas em violações de direitos humanos ou em crimes ambientais mesmo se estes fossem cometidos por subsidiários ou parceiros estrangeiros. Noutra, o fim do financiamento na produção de armamento para exportação.
"Sim" popular perde nos cantões
A primeira iniciativa partiu de diferentes grupos de esquerda, com apoio de diversos movimentos civis, e intitulava-se “Empresas responsáveis – para proteger as pessoas e o ambiente”.
A proposta pretendia impor obrigações legais mais rigorosas às empresas helvéticas de forma a pressionarem os respetivos fornecedores e parceiros comerciais no estrangeiro a respeitar os direitos humanos e o ambiente.
A iniciativa incluía ainda a possibilidade de forçar as empresas suíças a responder em tribunal por eventuais danos humanos ou ambientais que viessem a ser identificados no processo do negócio em causa.
A proposta para "empresas responsáveis", embora com um voto popular maioritário (50,7%) a nível nacional, terá sido rejeitada de forma vinculativa em pelo menos 14 dos 26 cantões helvéticos, sobretudo nos mais conservadores da parte germânica, avança o jornal Tribune de Genève.
O resultado favoreceu as associações comerciais helvéticas, que receavam a fuga de alguns pequenas e médias empresas do país.
O governo federal considerava a iniciativa extremista e o Parlamento elaborou uma contraproposta que também aumenta o escrutínio sobre a responsabilidade social e ambiental das empresas.
"Sim" à produção de armas
A outra proposta igualmente colocado a referendo este domingo na Suíça intitulava-se "Por uma interdição do financiamento dos produtores de material de guerra" tinha por objetivo o fim dos apoios ao comércio de armamento ligeiro para exportação e contribuir para um mundo mais pacifico.
O fim do financiamento da guerra foi proposto pelo grupo "Por uma Suíça Sem Exército" e pelo braço jovem do partido Verdes, com apoio de outros partidos de esquerda.
O Conselho Federal e a maioria burguesa opunham-se a iniciativa contra o "comércio de guerra" por considerarem que iria enfraquecer as finanças helvéticas, ter consequências no fundo de pensões e prejudicar o setor da produção de máquinas e a siderurgia.
O fim do financiamento à produção de armamento suíço recebeu o "não" de 57,5% do eleitorado.