Oposição denuncia "censura" e acusa Apple e Google de cederem ao Kremlin, depois de gigantes tecnológicas retirarem aplicação de smartphone criada por próximos de Navalny
Atualmente em quarentena, o presidente russo Vladimir Putin votou através da internet no primeiro de três dias de eleições parlamentares que não deverão alterar o panorama político do país.
Se ninguém duvida que a formação Rússia Unida de Putin manterá o controlo da Duma, a grande questão é se a oposição conseguirá impedir que mantenha a maioria de dois terços que permite emendar a Constituição.
Uma aplicação de smartphone desenvolvida por aliados do líder opositor Alexei Navalny foi retirada das lojas online da Apple e da Google, uma decisão felicitada pelo chefe da Comissão de Proteção da Soberania Estatal, Andrey Klimov, que disse tratar-se da "única conclusão certa".
A oposição denuncia "censura" e acusou os gigantes tecnológicos de cederem ao Kremlin, enquanto a Comissão Eleitoral russa indicava que a plataforma de voto online tinha sido alvo de "ciberataques sérios".
A presidente da comissão, Ella Pamfilova, afirmou que "50 por cento dos ataques são provenientes dos Estados Unidos, 25 por cento da Alemanha, 20 por cento da Coreia do Sul e os outros cinco por cento da China".
O escrutínio é crucial, já que a nova constituição do Parlamento manter-se-á até 2024, ano em que termina o atual mandato de Putin.
Para além dos assentos da Duma, vão também a votos os dirigentes de nove regiões russas, bem como a composição de 39 assembleias regionais.