ONU critica estímulos para a produção de combustíveis fósseis

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Relatório das Nações Unidas revela que os países canalizaram mais de 300 mil milhões de dólares em novos fundos para atividades de combustíveis fósseis desde o início da pandemia

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Apesar do aumento das ambições climáticas, os governos ainda planeiam produzir mais do dobro da quantidade de combustíveis fósseis até 2030 do que seria aconselhável para a limitação do aquecimento global.

A conclusão é do relatório sobre o Défice de Produção, divulgado esta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas (ONU) para o Ambiente.

Farhan Haq, porta-voz da ONU, revelou que os países canalizaram mais de 300 mil milhões de dólares em novos fundos para atividades de combustíveis fósseis desde o início da pandemia - mais do que o valor que têm disponível para a energia limpa. Farhan Haq citou o Secretário-Geral da organização, que disse que há ainda um longo caminho a percorrer para um futuro de energia limpa. Para António Guterres, "é urgente que todos os financiadores públicos e privados, incluindo bancos comerciais e gestores de ativos, mudem o seu financiamento do carvão para as energias renováveis para promover a descarbonização total do setor energético e o acesso de todos às energias renováveis".

Os cientistas não têm dúvidas sobre a necessidade de uma queda acentuada na produção de gás natural, petróleo e carvão para o cumprimento do objetivo de manter o aquecimento global médio abaixo dos 1,5ºC. No entanto, vários países continuam a garantir estímulos financeiros para a produção de combustíveis fósseis. O relatório traça os perfis dos 15 maiores produtores: a Austrália, o Brasil, o Canadá, a China, a Alemanha, a Índia, a Indonésia, o México, a Noruega, a Rússia, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido e os Estados Unidos.

A Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e a Austrália é um dos maiores exportadores de carvão. Os dois países argumentam que o mundo não precisa de reduzir a utilização de combustíveis fósseis no curto espaço de tempo defendido pelas Nações Unidas.

Esta pressão pode fragilizar a Conferência sobre o Clima, que começa no próximo dia 31 na Escócia.

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