Ministro de Tuvalu pede ajuda à COP26 de fato e gravata no mar

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De  Francisco Marques
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Simon Kofe gravou discurso numa zona inundada da ilha principal do arquipélago no Pacífico e explica à Euronews o significado do cenário escolhido

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O discurso endereçado à COP26 pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Tuvalu surpreendeu e está a chamar a atenção do mundo para a subida do nível do mar provocada pelo até agora imparável aquecimento global.

De fato e gravata, Simon Kofe começou a falar num grande plano, mas, à medida que a imagem abria, o que se via ganhou mais força que as palavras do também ministro da Justiça e da Comunicação de Tuvalu.

O governante estava dentro do mar, com a água acima dos joelhos.

Em entrevista à Euronews, Simon Kofe explicou que "a ideia foi reforçar a comunicação aos líderes mundiais na COP26, para que vissem por eles mesmos como é estar já a sentir os efeitos do aquecimento global".

"Nós vivemos num mundo interconectado e o que fazemos num lado do planeta tem impacto na vida de todos nós", disse-nos o ministro de Tuvalu.

Na verdade, as recorrentes imagens do degelo que se vai acentuando nos polos não afeta apenas aquelas regiões frias, mas milhões de pessoas por todo o mundo.

Há zonas costeiras de Portugal em risco, mas certas ilhas estão em pior situação e, enquanto o referido "blá blá blá" continua em Glasgow, o aquecimento global intensifica o degelo.

"A prioridade, neste momento, é recuperar as nossas ilhas. Temos em curso um projeto de reclamação de Terra em Tuvalu. Acreditamos que existe tecnologia hoje em dia para salvar as nossas ilhas e essa é a prioridade agora. E, claro, também estamos a trabalhar para o pior cenário, no qual vamos perder a nossa terra e teremos de nos mudar" acrescentou Simon Kofe.

Tuvalu tem cerca de 12 mil habitantes e é apenas um dos muitos arquipélagos em risco de desaparecer nos vários oceanos devido à lenta, mas constante subida do nível do mar provocada pelo aquecimento global, que os líderes mundiais prometem tentar contrariar ou pelo menos abrandar nos próximos anos.

A ONG Greenpeace já pediu, entretanto, o reconhecimento do estatuto de "refugiado climático", uma figura ainda informal, mas que tem vindo a agravar as crises migratórias por todo o planeta e que já terá candidatos inclusive em Portugal. Não só por causa da subida do mar, mas também devido aos incêndios como foi o caso do ocorrido em Pedrógão Grande.

A Conferência das Partes promovida pelas Nações Unidas está a decorrer até sexta-feira em Glasgow, na Escócia.

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