Polónia aperta o cerco a migrantes

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Direitos de autor Copyright AP Photo/Czarek Sokolowsk
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De  Magdalena Chodownik
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O fluxo de pessoas vindas da Bielorrússia abrandou, mas organizações humanitárias acreditam que há muita gente escondida na floresta, à espera de uma oportunidade

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Na fronteira polaca-bielorrussa, a polícia tem tido dias agitados. Numa das muitas operações efetuadas, detenção de uma dezena de pessoas vindas da Bielorrússia, transportadas em vários carros com matrícula alemã.

Estima-se que, desde agosto, pelo menos 5 mil migrantes tenham atravessado ilegalmente a fronteira rumo à Alemanha. As autoridades polacas já prenderam mais de 500 pessoas - quase todas suspeitas de tráfico, por organizarem o transporte de centenas de pessoas desesperadas.

Andrzej Jakubaszek, da Guarda de Fronteiras polaca, revela que quem faz normalmento o transporte "são geralmente cidadãos da Ucrânia e da Geórgia que residem legalmente na Polónia". "Há também quem tenha vistos de residência na Alemanha - principalmente iraquianos e sírios. Infelizmente, registamos cada vez mais o envolvimento de grupos criminosos polacos e estrangeiros," acrescenta.

Alguns migrantes manifestam intenção de ficar na Polónia, mas a maioria quer seguir mais para ocidente. É o caso de um iraquiano com quem a Euronews se cruzou na densa floresta que divide a Bielorrússia da Polónia. Quer permanecer anónimo, mas confessa que o caminho não termina ali.

Tenho a minha família na Alemanha, mas não foi por isso que decidi entrar neste pesadelo. Era um perigo para a minha vida ficar no Iraque
Migrante iraquiano

Nesta vaga de migrantes, quase todos vindos do Médio Oriente, há os que se aventuram a fazer o caminho sozinho e os que organizam a travessia com a ajuda de familiares que vivem em países da União Europeia.

Uma manobra arriscada, como explica Witold Klaus, um advogado que tem trabalhado com migrantes ilegais. "A punição pode ir até aos 8 anos de prisão, uma vez que se destina a condenar os grupos de contrabando. Não sabemos exactamente quem está envolvido na organização destes transportes. Certamente, há também famíliares, e sabemo-lo porque as pessoas procuram parentes que se perderam na floresta," diz o advogado.

O número de travessias na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia continua a diminuir, mas os activistas que ajudam os migrantes do lado polaco dizem que há muita gente escondida na floresta.

De acordo com o governo polaco, a construção do muro ao longo da fronteira bielorrussa vai começará em breve. Com mais de 20.000 oficiais destacados na região e alguma ajuda internacional da Estónia e do Reino Unido, a Polónia espera selar a fronteira e impedir a passagem de quaisquer migrantes.

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