Migração, família e Deus. A trindade que une bolsonaro e Orbán à vista na primeira visita de um presidente brasileiro à Hungria
"Um evento diplomático histórico". Foi com esta frase que o primeiro-ministro húngaro classificou a visita de Jair Bolsonaro a Budapeste. É a primeira vez que um presidente brasileiro visita a Hungria. Bolsonaro foi recebido com honras de Estado e elogiou a "democracia iliberal" que Viktor Orbán apregoa.
Na volta, o chefe do executivo húngaro reconheceu em Bolsonaro um aliado ideológico. "Temos a mesma abordagem à migração", disse Orbán, acrescentando que a Hungria e o Brasil tinham concordado em criar um "sistema de alerta precoce" para detectar quaisquer acordos internacionais que facilitem a migração e para trabalhar em conjunto para se oporem a eles.
"Ambos pertencemos a uma coligação de pessoas sãs, porque não queremos que as migrações mudem o mundo," disse Viktor Orbán.
Os dois líderes discutiram ainda o que consideram como ataques ao modelo tradicional de família.
"Um homem e uma mulher fazem uma família, e faremos tudo o que pudermos a todos os níveis para garantir que este conceito não seja relativizado", disse Orbán. Bolsonaro salientou que os dois governos lutam "pela defesa das famílias e pela saúde da sociedade. É algo que não podemos perder."
Bolsonaro chegou a Budapeste vindo de Moscovo com a ideia de que a Rússia não quer uma guerra.
Uma coincidência: ainda estávamos a voar para Moscovo e algumas das tropas russas deixaram a fronteira. Vejo isto, seja coincidência ou não, como um gesto de que uma guerra não interessa realmente a ninguém.
Orbán tem mantido laços estreitos com Putin e vê agora em Bolsonaro mais um aliado global.