Justiça francesa emite mandado de detenção internacional contra Carlos Ghosn

Carlos Ghosn em 2021, durante uma entrevista em Beirute
Carlos Ghosn em 2021, durante uma entrevista em Beirute Direitos de autor AP Photo/Hussein Malla, Arquivo
De  Francisco Marques
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Em causa estão pagamentos na ordem dos 15 milhões de euros e suspeitas de abuso de bens da Renault-Nissan, branqueamento de capitais e corrupção

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A justiça francesa emitiu um mandado internacional de detenção com Carlos Ghosn no alvo.

O antigo presidente do grupo automóvel Renault-Nissan est implicado num processo de abuso de bens empresariais, branqueamento de capitais e corrupção.

O empresário franco-brasileiro-libanês chegou a ser detido no Japão e estava para ser julgado em Tóquio, mas fugiu no final de 2019 e está a viver, desde então, em Beirute, no Líbano.

De acordo com a France Press, o mandado de detenção internacional emitido agora pelo Ministério Público de Nanterre serve também de mensagem forte para a justiça libanesa, que rejeita extraditar os cidadãos libaneses, mas que também estará a reter Ghosn desde que o gestor fugiu do Japão dentro de um caixote de material de som.

No alvo da justiça francesa estão cerca de 15 milhões de euros de pagamentos suspeitos realizados entre a Renaul-Nissan e a empresa distribuidora do grupo em Omã, a Omani SBA.

Além da requisição de detenção d Carlos Ghosn, foram ainda emitidos outros quatros mandados de detenção internacional contra os atuais e antigos proprietários da Omani SBA.

O advogado de Carlos Ghosn minimiza o mandado internacional, que não é de França, mas da procuradoria de Nanterre, e remete a situação do cliente para a retenção no Líbano ordenada pela justiça local.

"Este mandado é muito surpreendente porque o juiz de instrução e o procurador de Nanterre sabem perfeitamente que Carlos Ghosn, que sempre cooperou com o sistema de justiça, está sujeito a uma proibição judicial de sair do território libanês", afirmou Jean Tamalet à AFP.

No decurso da investigação em curso em França, os procuradores de Nanterre já se deslocaram duas vezes a Beirute. Em fevereiro, entrevistaram duas testemunhas e, antes, em junho, acompanhados de juízes de Paris, durante cinco dias entrevistaram o próprio Carlos Ghosn.

No caso da investigação em Paris, estão em causa serviços de consultoria estabelecidos pela filial neerlandesa da Renaul-Nissan com a antiga ministra da Justiça francesa Rachida Dati e o criminologista Alain Bauer.

Outras fontes • AFP

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