Al Jazeera acusa Israel de assassinar jornalista na Cisjordânia. Governo israelita diz estar a investigar, mas avisa que podem ter sido atiradores palestinianos
Milhares de pessoas prestaram homenagem a Shireen Abu Akleh, a jornalista do canal Al Jazeera, que morreu esta quarta-feira enquanto acompanhava um ataque israelita em Jenin, na Cisjordânia ocupada.
As ruas de Ramallah encheram-se para acompanhar o corpo da jornalista que foi transportado, por entre a multidão coberto com uma bandeira Palestiniana e um colete de imprensa azul.
O diretor da missão da União Europeia na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, Sven Kühn von Burgsdorff, prestou homenagem à jornalista.
"Estamos aqui, doze, treze pessoas, para ir até vocês, porque perderam hoje uma das vossas mais respeitadas e maravilhosas colegas, Shireen Abu Akleh, que foi assassinada esta manhã, às seis horas, em Jenin, ao acompanhar a incursão das forças de segurança israelitas na área".
A Al Jazeera acusou Israel de matar a jornalista a sangue frio, mas o Governo israelita diz que podem ter sido atiradores palestinianos.
"Com base na informação preliminar que temos, existe uma possibilidade significativa de a jornalista ter sido baleada por palestinianos armados. No entanto, para descobrir a verdade, é necessário haver uma verdadeira investigação e os palestinianos estão a impedi-la", afirma o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett.
O ministro israelita da Defesa, Benny Gantz ,prometeu uma investigação exaustiva ao assassinato da repórter e pediu aos funcionários palestinianos que lentreguem a bala que a matou.
Gantz disse disse, ainda, que Israel tem estado em contacto com funcionários norte-americanos e palestinianos, e disse que toda a investigação seria tornada pública.
De acordo com jornalistas do canal árabe, Shireen Abu Akleh foi atingida a tiro na cabeça apesar de estar a usar um colete azul, antibalas com as letras PRESS (Imprensa).
Abu Akleh foi, ainda levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.