Kherson, na linha da frente: "Eles querem semear o pânico, mas não vão ter sucesso"

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De  Anelise Borges  & Euronews
Soldados ucranianos escavam trincheiras nos arredores de Kherson
Soldados ucranianos escavam trincheiras nos arredores de Kherson   -  Direitos de autor  EURONEWS

Nos arredores de Kherson, o controlo militar é rigoroso. A cidade foi a primeira na Ucrânia a ser tomada pelas tropas russas, no início da guerra, mas o exército ucraniano não desistiu de a recuperar.

O vice-comandante Nazar é responsável por um batalhão de mais de 500 homens no local.

O combate tem sido feroz, diz-nos, enquanto nos mostra o local do último ataque, sofrido há menos de 24 horas

"Eles destroem deliberadamente infra-estruturas. "Eles querem semear o pânico. Pensam que, destruindo cidades e aldeias, vão ser capazes de intimidar as pessoas, civis e militares, mas não vão ter sucesso", afirma.

Durante os últimos 3 meses, os soldados ao comando de Nazar conseguiram conter a incursão da Rússia na área ao redor de Kherson.

Quando questionados sobre terem armamento e munições suficientes para continuar, dizem ter algo ainda mais importante: determinação.

"As forças armadas da Ucrânia estão mais preparadas para o combate que nunca. Quando o inimigo começou a bombardear as terras ucranianas durante a noite, muitos homens simplesmente entraram pelos nossos escritórios de alistamento adentro para irem defender as suas terras. Cada um dos meus soldados e eu sabemos com certeza que vamos não só para Kherson, mas também para a Crimeia ucraniana e o Donbass ucraniano", diz o vice-comandante.

Nas posições ocupadas pelos soldados nas proximidades há trincheiras acabadas de escavar. Têm de ter capacidade para suster a defesa, visto estarem a apenas algumas centenas de metros da linha da frente.

"Esta trincheira é para uma unidade", revela Nazar enquanto aponta para o chão. "Aqui estão as linhas de defesa. As unidades assumem a defesa e protegem a povoação, se o inimigo quiser aproximar-se. Mas aos poucos eles estão a ir embora. Nós expulsamo-los".

O governo ucraniano diz não aceitar um cessar-fogo até que as tropas russas abandonem a Ucrânia. Os soldados dizem estar preparados para uma guerra longa.