Moscovo garante progressos militares na região do Donbass, tendo obrigado o exército ucraniano a recuar em Lysychansk.
O exército ucraniano receveu ordens de Kiev para deixar a localidade de Severodonetsk, no Donbass.
Passaram quatro meses desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e os avanços de Moscovo progridem no leste do país. Os progressos lentos, mas constantes das tropas russas obrigaram o exército ucraniano a recuar em Lysychansk, para não ficar cercado, após a captura, esta quinta-feira, de duas localidades da região, Loskutivka e Rai-Oleksandrivka.
Atualmente, o exército russo controla cerca de 95% da região de Luhansk e cerca de metade da região vizinha de Donetsk, as duas áreas que constituem o Donbass.
Pavlo Kyrylenko, governador de Donetsk, afirmou já que nenhuma cidade é segura.
À medida que o combate se intensifica, voluntários vão ajudando na evacuação de algumas aldeias, onde o abastecimento de bens essenciais pode ser cortado a qualquer momento.Mas há sempre quem prefira ficar e esperar pela chegada dos soldados russos.
A opção é arriscada, sobretudo quando já no início deste mês, o procurador-geral ucraniano dava conta de 200 a 300 crimes de guerra cometidos todos os dias no território pelos soldados russos.
Os números são corroborados pelo chefe do Departamento de Resposta Operacional da Polícia Nacional da Ucrânia, Oleksii Serhieiev, que revela que "os investigadores da polícia nacional instauraram um total de 19.111 processos criminais desde o início da agressão militar sobre os factos relativos a crimes cometidos no território da Ucrânia por militares das forças armadas da Federação Russa e seus cúmplices e outros delitos relacionados com a lei marcial".
Minas em águas ucranianas
De acordo com os serviços secretos norte-americanos, a Rússia está a colocar minas no Mar Negro de forma a dificultar o comércio a partir dos portos ainda controlados por Kiev.
A marinha russa terá recebido ordens para minar as águas perto dos portos de Odessa e Ochakiv, tal como já terá feito na foz do rio Dnipro.