Os apelos ao diálogo entre a Arménia e o Azerbaijão repetem-se, com os dois lados do conflito a acusarem-se de violações sucessivas de cessar-fogo
Horas depois dos mais violentos confrontos entre a Arménia e o Azerbaijão na região do Nagorno Karabakh, familiares de soldados arménios feridos esperam ansiosamente notícias do seu estado de saúde, junto ao hospital, em Erevan.
A intensificação dos combates preocupa a comunidade internacional.
O Porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, dos Estados Unidos, John Kirby, afirma: "Não pode haver uma solução militar para este conflito. Exortamos à contenção de quaisquer outras hostilidades militares. Também encorajamos ambos os governos a restabelecer linhas diretas de comunicação através dos canais diplomáticos e militares e a voltar a empenhar-se num processo diplomático para resolver a crise".
Também a Alemanha pede o fim da guerra que ameaça toda a região e o Representante Especial da União Europeia (UE) para o Cáucaso do Sul e a crise na Geórgia, Toivo Klaar, encontrou-se esta quarta-feira com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para tentar aliviar as tensões na região.
De acordo com a presidência azeri, Klaar manifestou a sua preocupação sobre a tensão na fronteira e o presidente do Azerbaijão acusou a Arménia de "provocação em grande escala, afirmando que "toda a responsabilidade pelo que aconteceu está diretamente relacionada com a liderança política e militar" do país vizinho.
Aliyev argumentou ainda que, "apesar das medidas necessárias tomadas pelo Azerbaijão para estabilizar a situação e eliminar a tensão, a Arménia continua a violar o regime de cessar-fogo".
Na noite de segunda para terça-feira os combates mataram meia centena de soldados em cada lado do conflito. Foram os mais mortíferos desde que começou esta nova guerra entre a Arménia e o Azerbaijão em 2020, pela disputa da região de Nagorno Karabakh.
Após a guerra de 44 dias no outono de 2020 sobre o controlo do Nagorno-Karabakh - reconhecido internacionalmente como sendo do Azerbaijão mas povoado na maioria por arménios - foi instaurado um cessar-fogo, tal como tinha sido instaurado um cessar-fogo no dia anterior na fronteira, após a primeira noite de confrontos armados.
Tanto o Azerbaijão como a Arménia se acusam mutuamente de violarem os sucessivos cessar-fogos; o último em vigor desde as 6 horas (GMT) da manhã desta quarta-feira.