Cerca de 750 migrantes seguiam a bordo de embarcação que naufragou. Partiu da Líbia rumo a Itália, mas para muitos foi, de forma chocante, a última viagem.
Depois da tragédia, começaram a vir à tona os relatos chocantes relacionados com o naufrágio de uma embarcação ao largo da costa Grécia, a sul da cidade costeira de Pylos, na madrugada de quarta-feira.
Na cidade de Calamata, familiares dos migrantes que viajavam na embarcação revelaram as fortunas pagas em vão aos traficantes.
Kaseem Abozzed desespera por notícias da mulher e do irmão.
"Estão a procurar corpos no mar. Estão a olhar para os corpos no hospital e para os sobreviventes, mas os sobreviventes não correspondem”, lamentou, em entrevista à Euronews.
5000 mil dólares para partir da Líbia rumo a Itália é quanto os familiares das vítimas dizem que os migrantes pagaram aos traficantes.
Uma viagem que para muitos foi a última.
A bordo da embarcação seguiam 750 pessoas, incluindo dezenas de crianças. Mais de uma centena de migrantes foram resgatados e recuperados 78 corpos, mas os números adivinham-se mais negros à medida que o tempo avança.
Nas últimas horas muitos familiares dos desaparecidos chegaram ao porto de Calamata.
Há pessoas que viajaram da Alemanha, Chipre e de outros lugares. Dizem que perderam a esperança e que não acreditam em milagres, mas que querem despedir-se e fechar o capítulo negro.
Desde os primeiros momentos da tragédia em Pylos, os moradores de Calamata, a autoridade municipal e as empresas apressaram-se a ajudar.
Nas cozinhas municipais, voluntários preparam comida para as vítimas.
Também há um depósito para recolher roupas e sapatos, cobertores e outras coisas que possam ser precisas.
A tragédia tocou tudo e todos de maneiras diferentes.
As autoridades europeias estão a ser acusadas de inação, por organizações de apoio a migrantes e refugiados.