Yevgeny Prigozhin afirma que não se passou nada de extraordinário na Ucrânia para justificar a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022
Yevgeny Prigozhin é talvez o único homem na Rússia capaz de criticar abertamente o Kremlin e está em rota de colisão com o ministério da Defesa. O líder do grupo Wagner veio agora deitar por terra a narrativa russa, dizendo que não se passou nada de extraordinário para justificar a invasão da Ucrânia o ano passado:
"Houve uma troca de tiros: nós atingimo-los, eles atingiram-nos. Isto aconteceu ao longo destes oito anos, de 2014 a 2022. Em alguns momentos, o número de ataques, a troca de tiros, aumentava, noutros - diminuía. Até 24 de fevereiro [de 2022], não houve nada de extraordinário.
Agora, o Ministério da Defesa tenta enganar o público, tenta enganar o Presidente e conta a história de que houve uma agressão louca por parte da Ucrânia e que eles nos iam atacar, juntamente com todo o bloco da NATO.
A operação especial que começou a 24 de fevereiro foi lançada por razões completamente diferentes".
Prigozhin tem recusado as ordens do Ministério da Defesa para integrar o seu grupo de paramilitares nas Forças Armadas russas e acusa a elite militar de esconder a verdadeira situação na linha da frente a Vladimir Putin.