Dos negócios familiares, às grandes empresas do Qatar que apostam na produção nacional

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Da ideia ao produto final, vamos conhecer empresas, grandes e pequenas, no Qatar, que dão que falar no país e no estrangeiro.

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Em 2012, a Suhail Industries era uma fábrica de reciclagem de pilhas. Desde então, transformou-se num gigante industrial cujas atividades incluem a reciclagem e o fabrico de peças fundidas de bronze, cobre, alumínio e aço, plásticos e papel.

"Neste momento, temos 15 fábricas, todas no setor da engenharia, na fundição, que convertem a sucata de aço em ferro fundido e ferro fundido dúctil", afirmou Shadi Afif, diretor de desenvolvimento do Suhail Industrial Holding Group.

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O mercado internacional é a grande aposta do Suhail Industrial Holding Groupeuronews

Ambiente, tecnologia e produtividade

Entre as 15 fábricas, a Suhail Engineering Industries é a mais recente e a mais desenvolvida do ponto de vista da alta tecnologia. Além disso, as instalações possuem vegetação para melhorar o ambiente de trabalho.

"O nosso principal objetivo era ter uma fábrica com tecnologia de ponta e amiga do ambiente, com impacto zero: basicamente, todos os resíduos que possam afetar o ambiente devem ser tratados adequadamente, e queremos ter um bom ambiente para os trabalhadores. Por isso, utilizámos metodologias japonesas, como árvores nas fábricas, que trazem uma boa vibração a todos os que trabalham", frisou Omar Ziad Atiyeh, diretor da fábrica Suhail Engineering Industries.

Um ambiente de trabalho que ajuda a aumentar a produção e, em última análise, as exportações. Para a Suhail Industries, o mercado internacional representa mais de metade da clientela.

“O mercado do Qatar, representa apenas 20 a 30%. 20% da produção destina-se aos países do Conselho de Cooperação do Golfo e o restante vai para todo o mundo. Neste momento, a Suhail exporta todas as semanas, em média, 15 contentores a nível mundial. Dez vão para o mercado dos EUA e cinco para a China, para a Europa, e para a Coreia", referiu Shadi Afif.

Apesar da importância do mercado internacional, a empresa quer acelerar a expansão no Qatar, e ajudar o país a avançar para um futuro autossustentável, um dos objetivos nacionais.

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A Safwa Farm aposta na Aquaponia para produzir alimentoseuronews

Agricultura no deserto graças à alta tecnologia

A Safwa Farm, uma das empresas familiares mais antigas do Qatar, utiliza alta tecnologia para produzir alimentos.

"Tudo começou em 1975. Era sobretudo um sítio de onde a minha família fazia piqueniques todos os fins-de-semana. Na altura tinha cerca de cem metros quadrados, entretanto aumentou para quase um milhão de metros quadrados. Eu tinha pequenas máquinas aquapónicas em casa. Costumava cultivar tomates-cereja e manjericão para a minha pizza, porque adoro pizza. Falei com o meu avô sobre este sistema e disse-lhe que não é costume cultivar-se deste modo no mercado. Se eu consigo cultivar assim, de certeza que qualquer pessoa consegue fazê-lo. A meio do verão, ele disse-me que se eu investisse o meu próprio dinheiro e mostrasse que era exequível, ele investiria no projeto e o negócio faria parte do grupo familiar. Isso aconteceu há três anos e hoje estamos a fazer muito mais do que fazíamos no início", contou Fardan Fahad Alfardan, diretor da Safwa Farms.

"O nosso objetivo é cultivar produtos de qualidade superior que não podem ser cultivados no Qatar, mas eu gosto de provar que isso está errado. Por isso, temos manjericão europeu normal, manjericão italiano, couve, alface e pimentos de alta qualidade. Para ser sincero, eu próprio estou espantado por termos conseguido. Penso que neste momento, no exterior, estão entre 48 e 50 graus. Mas no interior estamos a atingir temperaturas de 28 a 30 graus, o que é muito bom para algumas culturas. Faz uma grande diferença porque estamos no deserto. Por exemplo, na aquaponia, é necessária muita água, mas 90% da água é reciclável, ao passo que na agricultura normal, à moda antiga, toda a água se perde. E como o Qatar é um país tão pequeno, não há muita terra disponível. A verticalização é um dos objetivos deste empreendimento", referiu o responsável.

Identificar oportunidades em plena crise

No setor da cosmética, há uma outra empresa familiar do Qatar bem-sucedida. Mohammed Rashid Al-Matwi e Rashid Saad Hassan Al-Matwi Al-Mohannadi, cofundadores da empresa Perfume Factory identificaram uma oportunidade no início da pandemia de Covid 19: o lançamento de produtos desinfetantes.

Quase 90% das matérias-primas são produzidas no país. O negócio familiar já possui parcerias com retalhistas internacionais. Os produtos são exportados para os países do Conselho de Cooperação do Golfo (Nahrain, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) e para os mercados internacionais.

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