Guerra em Gaza vai durar "muitos meses", garante Netanyahu

Netanyahu promete prosseguir com a guerra em Gaza até o Hamas ter sido eliminado e os reféns libertados
Netanyahu promete prosseguir com a guerra em Gaza até o Hamas ter sido eliminado e os reféns libertados Direitos de autor Ohad Zwigenberg/AP
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De  Euronews com AP
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O primeiro-ministro israelita garante que a guerra não acaba enquanto o Hamas não tiver sido eliminado. No terreno, a situação humanitária é cada vez mais desesperante.

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A guerra na Faixa de Gaza vai durar "muitos meses", garante o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, numa altura em que a situação humanitária no terreno é cada vez mais desesperante. Dezenas de milhares de palestinianos chegaram nos últimos dias a Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, uma cidade já lotada, fugindo dos bombardeamentos israelitas no centro do território, enquanto um alto funcionário da ONU critica Israel por continuar a impor "severas restrições" ao acesso à ajuda.

"Quase toda a população está totalmente dependente da ajuda humanitária externa", diz Philippe Lazzarini, líder da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.

Um quarto da população está a morrer à fome porque são poucos os camiões que entram com alimentos, medicamentos, combustível e outros abastecimentos, por vezes menos de 100 camiões por dia, de acordo com os relatórios diários da ONU.

Com as novas chegadas, Rafah e os arredores estão agora repletos de cerca de 850.000 pessoas, mais do triplo da população normal, de acordo com os números das Nações Unidas. A ONU disse na quinta-feira que cerca de 100.000 pessoas chegaram a Rafah, ao longo da fronteira com o Egito, nos últimos dias.

Israel prossegue ofensiva

Entretanto, oexército israelita divulgou no sábado imagens que, segundo ele, mostram a destruição de infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza.

De acordo com os responsáveis militares, as tropas israelitas estão a travar batalhas ferozes no terreno com o apoio da Marinha, que presta assistência a partir do mar.

Aviões de guerra israelitas atingiram dois campos de refugiados urbanos no centro da Faixa de Gaza no sábado, enquanto a administração Biden aprovava uma nova venda de armas de emergência a Israel, apesar dos persistentes apelos internacionais ao cessar-fogo devido ao aumento das mortes de civis, da fome e das deslocações em massa no enclave. 

Israel diz que está determinado a prosseguir a ofensiva aérea e terrestre sem precedentes até ter desmantelado o Hamas, um objetivo visto por alguns como inatingível devido às raízes profundas do grupo militante na sociedade palestiniana.

"A conquista da vitória requer mais tempo. Como o Chefe do Estado-Maior disse esta semana, a guerra vai continuar por muitos mais meses. A minha política é clara. Continuamos a lutar até à conclusão de todos os objetivos da guerra e, acima de tudo, a eliminação do Hamas e a libertação de todos os nossos reféns", disse Netanyahu.

A guerra vai continuar por muitos mais meses. A minha política é clara. Continuamos a lutar até à conclusão de todos os objetivos da guerra e, acima de tudo, a eliminação do Hamas
Benjamin Netanyahu
Primeiro-ministro de Israel

Segundo o primeiro-ministro israelita, "mais de 8.000 terroristas" foram mortos até agora na ofensiva de Israel em Gaza, enquanto a nação está "a lutar em todas as frentes".

Disse também que Israel opera contra o Irão "o tempo todo, em todos os lugares, de todas as formas", lembrando à comunidade mundial que deve fazer "tudo para impedir que o Irão obtenha armas nucleares".

Contestação em Telavive

Milhares de israelitas reuniram-se no sábado em Telavive para protestar contra a forma como o governo está a lidar com a guerra em curso e pedir novas eleições.

Os manifestantes atacaram o governo de linha dura do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e exigiram ações para trazer o resto dos reféns de volta a casa.

Mais de 240 pessoas foram feitas reféns durante um ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro, no qual cerca de 1200 pessoas foram mortas.

O Hamas libertou mais de 100 reféns em troca de prisioneiros palestinianos durante um breve cessar-fogo em novembro. 129 israelitas permanecem retidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, diz que mais de 21.600 palestinianos foram mortos na ofensiva aérea e terrestre sem precedentes de Israel desde o ataque mortal do Hamas a 7 de outubro no sul de Israel. O ministério, que não faz distinção entre as mortes de civis e de combatentes, disse que 165 palestinianos foram mortos nas últimas 24 horas. Ainda segundo as autoridades do Hamas, cerca de 70% dos mortos são mulheres e crianças.

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