Hamas denuncia invasão de hospital e detenção de equipas médicas em Gaza

Forças de Defesa de Israel invadem hospital em Gaza
Forças de Defesa de Israel invadem hospital em Gaza Direitos de autor Fatima Shbair/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Fatima Shbair/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O hospital al-Khair, na área de Khan Younis, foi invadido pelas Forças de Defesa de Israel. Fica dentro da chamada zona segura onde os israelitas garantiram que não iriam conduzir operações.

PUBLICIDADE

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, denunciou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) invadiram na segunda-feira o hospital al-Khair, a oeste de Khan Younis, e detiveram equipas médicas. 

Segundo a imprensa internacional, as tropas israelitas avançaram pela primeira vez para o interior do distrito de Al-Mawasi, perto da costa do Mediterrâneo, naquele que, segundo alguns palestinianos, foi o assalto mais sangrento do mês de janeiro - pelo menos 190 pessoas foram mortas e cerca de 340 ficaram feridas em Gaza nas últimas 24 horas, detalhou fonte do Hamas.

O hospital al-Kair fica dentro da zona segura de Al-Mawasi, onde as forças israelitas garantiram que não iriam conduzir operações. O porta-voz das IDF não teceu qualquer comentário sobre a situação no hospital e o governo israelita também não forneceu quaisquer pormenores.

O Crescente Vermelho Palestiniano revelou que os tanques israelitas cercaram ainda outro hospital nas imediações de Khan Younis, o hospital al-Amal, que é sede de operações da organização. Não foi possível estabelecer contactos com os funcionários no local.

O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al Qidra, acrescentou ainda que pelo menos 50 pessoas foram mortas durante a noite em Khan Younis e que o cerco de unidades hospitalares significa que dezenas de feridos ficaram foram do alcance das equipas de emergência.

Voluntários do Crescente Vermelho também revelaram que os ataques israelitas atingiram quatro escolas a oeste de Khan Younis, dentro da zona segura de al-Mawasi, causando um número indeterminado de vítimas.

Israel alega que os combatentes do Hamas operam dentro dos hospitais e escolas, ainda que as equipas médicas e o grupo militante o desmintam.

De acordo com a última atualização do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas, apenas 15 dos 36 hospitais de Gaza estão operacionais - nove no sul e seis no norte - mas funcionam apenas de forma parcial.

Três hospitais no sul de Gaza encontram-se mesmo em risco de encerrar, uma vez que foram emitidas ordens de evacuação para as imediações, motivadas pelos combates em curso entre as forças israelitas e os militantes palestinianos.

Pode a criação de um Estado palestiniano colocar fim à guerra?

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia disseram, na passada segunda-feira, que a criação de um Estado palestiniano é a única solução para alcançar a paz no Médio Oriente

Segundo Josep Borrell, Alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de segurança, o número de civis mortos em Gaza é “excessivo” e a situação é “tão terrível quanto se possa imaginar”.

"Mais mortes, mais destruição, mais dificuldades para o povo de Gaza, para o povo palestiniano. Isto não vai ajudar a derrotar o Hamas ou a sua ideologia. Não vai trazer mais segurança a Israel, antes pelo contrário”, afirmou Josep Borrell.

Também os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE manifestaram a sua preocupação relativa à rejeição do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, da ideia da criação de um Estado palestiniano, na semana passada. 

"Não conseguimos que ele mudasse de ideias, mas também não estávamos à espera que tal acontecesse", afirmou Borrell após reunir com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, na passada segunda-feira.

O acesso humanitário ao norte da Faixa de Gaza registou um declínio acentuado desde o início de janeiro, com apenas sete das 29 missões de entrega de ajuda realizadas pelas agências humanitárias a poderem avançar. Na maior parte dos casos, o acesso foi negado pelas autoridades israelitas, segundo o OCHA, citado na Associated Press.

Israel tem lançado vários ataques contra a ofensiva do Hamas de 7 de outubro que, segundo as agências internacionais, matou 1200 pessoas e fez cerca de 240 reféns, dos quais 136 permanecem em Gaza.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Conflito em Gaza já matou mais de 25 mil pessoas

Relatório independente diz que Israel não apresentou provas que liguem a UNRWA a grupos terroristas

Quase 300 corpos encontrados em vala comum junto a hospital de Khan Younis