ONU avisa que ajuda em Gaza pode colapsar se agência de apoio aos palestinianos ficar sem dinheiro

Israel leva corpos para Gaza
Israel leva corpos para Gaza Direitos de autor Fatima Shbair/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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Subsecretário das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários avisa que corte do financiamento à agência de apoio aos refugiados alestinianos (UNRWA) pode fazer colapsar todo o sistema de assistência em Gaza. Israel confirma que tem inundado túneis do Hamas com água do mar.

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As Nações Unidas fizeram novo aviso sobre as consequências de deixar a agência de apoio aos refugiados palestinianos (UNRWA) sem dinheiro. O subsecretário da ONU para os assuntos humanitários sublinhou que o corte de financiamento pode fazer colapsar todo o sistema de assistência na Faixa de Gaza. 

Martin Griffiths considerou a suspensão dos fundos "perigosa" e salientou que tal decisão teria consequências profundas nos territórios palestinianos ocupados e em toda a região. 

"O mundo não pode abandonar o povo de Gaza", alertou Griffiths. 

O coordenador da ONU para Gaza também já deixou claro que nada pode substituir a UNRWA. "Não há nenhuma forma de qualquer organização conseguir substituir a tremenda capacidade da UNRWA e o seu conhecimento da população em Gaza", disse Sigrid Kaag.

Esta terça-feira o secretário-geral das Nações Unidas esteve reunido duas horas em Nova Iorque com os principais doadores da agência e fez um apelo para que não se congelem os fundos. O encontro à porta fechada, que juntou 35 países, foi descrito por vários embaixadores como construtivo.

Israel também se opõe ao encerramento da agência. Segundo um funcionário do executivo de Benjamin Netanyahu, citado sob anonimato pelo Times of Israel, o governo israelita teme uma catástrofe humanitária em plena guerra.

"Se a UNRWA deixar de operar no terreno, poderá haver uma catástrofe humanitária que forçaria Israel a interromper a sua luta contra o Hamas. Isso não seria do interesse de Israel nem do interesse dos aliados de Israel", afirmou o oficial.

Entretanto, Israel confirmou que está a inundar os túneis do Hamas com água do mar. 

A Organização Mundial da Saúde já descreveu a situação em Gaza como "infernal".

No terreno, pelo menos 11 pessoas morreram, incluindo quatro crianças, na sequência de um ataque israelita a um edifício residencial em Deir al-Balh no centro da Faixa de Gaza. 

Um camião, alegadamente oriundo de Israel e transportando 80 corpos, chegou ao hospital de Najjar em Gaza esta terça-feira. Foi depois reencaminhado para o cemitério de Rafah, onde os corpos foram enterrados. São desconhecidas as circunstâncias em que as mortes ocorreram. 

Uma fonte palestiniana avança que os corpos foram roubados pelo exército israelita durante a incursão em Gaza e que estão agora a ser devolvidos. Uma outra fonte do Ministério dos Assuntos Religiosos de Gaza adianta que os corpos foram retirados do cemitério de Bani Suheila, a leste de Khan Yunis.

O governo do Hamas já acusou Israel de remover órgãos de cadáveres.

Investida de Israel no sul de Gaza continua

Na última noite, as tropas israelitas irromperam pelo hospital Al-Hamal em Khan Yunis, ferindo pleo menos dez pessoas. 

Segundo um repórter da Al Jazeera em Rafah, alguns pacientes acabaram por morrer, já que não havia forma de os transportar para o principal hospital da cidade ou para outros espaços de saúde em funcionamento. 

O hospital Al-Hamas, que tem servido de refúgio para centenas de palestinianos desde o início da guerra, está sem capacidade operacional devido ao cerco montado pelo exército israelita nos últimos dias. Está sem combustível e não tem o equipamento necessário para fazer intervenções cirúrgicas aos feridos.

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