"Mostrem alguma coragem". Biden ataca republicanos e Trump pelo impasse na ajuda à Ucrânia

Palestinianos choram a morte de familiares em Rafah
Palestinianos choram a morte de familiares em Rafah Direitos de autor Andrew Harnik/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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De  Euronews
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Joe Biden discursou na Casa Branca sobre o impasse no Congresso norte-americano para aprovar a reforma da lei da imigração, que permitiria desbloquear 60 mil milhões de dólares em ajudas para a Ucrãnia.

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Joe Biden pediu aos republicanos no Congresso dos EUA para deixarem a "política tóxica" e aprovarem o acordo bipartidário sobre a questão da imigração, que permitiria desbloquear 60 mil milhões de dólares (cerca de 55 milhões de euros) em ajudas à Ucrânia.

"Todas as indicações são de que este projeto nem sequer avançará para o Senado. Porquê? Uma razão simples: Donald Trump. Porque Trump pensa que é mau para ele, politicamente", disse o presidente dos Estados Unidos, num discurso na Casa Branca. "Ele prefere instrumentalizar o assunto em vez de o resolver", sublinhou.

Na segunda-feira, Trump tinha apelado aos republicanos no Congresso para se oporem ao acordo que prevê um pacote de 60 mil milhões de dólares (cerca de 55 milhões de euros) para a Ucrânia.

“Apenas um idiota, ou um democrata radical de esquerda, votaria a favor deste projeto horrível”, defendeu Trump na rede social Truth Social.

No seu discurso, Biden pediu aos republicanos para que não cedam às exigências de Trump e deixem o projeto de lei avançar. Mas vários senadores do partido já admitiram publicamente que não vão apoiar o projeto, sobretudo os mais à direita, que consideram que a legislação não vai suficientemente longe para tentar resolver a situação na fronteira do México com os Estados Unidos, onde as detenções por travessias ilegais estão a atingir números recorde.

Do lado democrata, também há insatisfação com a reforma proposta para as leis da imigração, considerada demasiado restritiva e capaz de desmantelar o sistema de asilo norte-americano.

"É altura para os republicanos no Congresso mostrarem alguma coragem, alguma coluna vertebral, para deixarem claro ao povo americano que é para ele que trabalham e não para mais ninguém", declarou o presidente norte-americano no Casa Branca.

Além de prever o encerramento da fronteira quando as travessias diárias ultrapassassem um determinado número, o texto proposto no último domingo, depois de negociações intensas entre democratas e republicanos, determina que o processo de revisão dos pedidos de asilo passe a ser mais célere, o que levaria a deportações mais rápidas de muitos migrantes; caso houvesse acordo na imigração, o texto prevê ainda a entrega de 60 mil milhões de dólares em ajudas militares a Kiev, 14 mil milhões para Israel e 10 mil milhões para ajuda humanitária aos civis na Faixa de Gaza e Cisjordânia.

"O tempo está a passar. Todas as semanas, meses, que passam sem nova ajuda para a Ucrânia, significam menos projéteis de artilharia, menos sistemas de defesa aérea, menos ferramentas para a Ucrânia se defender do ataque russo, precisamente o que Putin quer",
Joe Biden
Presidente dos EUA

O líder da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Mike Johnson, que é apoiante de Donald Trump, declarou no domingo que antevê a reprovação da proposta bipartidária porque a maioria dos congressistas se deverá opor.

"O tempo está a passar. Todas as semanas, meses, que passam sem nova ajuda para a Ucrânia, significam menos projéteis de artilharia, menos sistemas de defesa aérea, menos ferramentas para a Ucrânia se defender do ataque russo, precisamente o que Putin quer", sublinhou Biden.

Perante a falta de armamento, o presidente ucraniano emitiu um decreto que cria um novo ramo das Forças Armadas da Ucrânia, dedicado aos drones. Segundo Volodymyr Zelenskyy, Kiev tem intenção de produzir um milhão de drones em 2024, com os quais tem conseguido provocar grande destruição de alvos russos - mesmo que Moscovo também não esteja a passar ao lado do potencial destrutivo dos drones, recorrendo frequentemente aos de fabrico iraniano no campo de batalha.

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