Em dezembro, Boris Kagarlitsky, destacada figura de oposição à guerra na Ucrânia, tinha sido condenado a pagar uma multa por "justificar o terrorismo". O Ministério público recorreu da decisão por considerá-la "excessivamente branda" e a pena foi agora agravada.
O sociólogo russo, Boris Kagarlitsky, crítico declarado da invasão da Ucrânia pela Rússia, foi condenado a uma pena de prisão efetiva de cinco anos. É acusado de "justificar o terrorismo" depois de um comentário feito num vídeo do Youtube, entretanto apagado, e no seu canal de Telegram em outubro de 2022 sobre a explosão da ponte da Crimeia.
O académico de 65 anos tinha escrito que o ataque podia ser compreendido do ponto de vista militar.
Kagarlitsky tinha sido condenado em dezembro ao pagamento de uma multa de 600,000 rublos (cerca de 6,130 euros). No entanto, os procuradores entenderam que a decisão do tribunal de primeira instância foi "excessivamente branda" e apresentaram recurso, com a pena a ser agora agravada por um tribunal militar da região de Moscovo.
Boris Kagarlitsky é autor de numerosas obras sobre o movimento político de esquerda na Rússia e no resto do mundo. O antigo editor do ciberjornal de esquerda Rabkor tem sido um crítico assumido da invasão da Ucrânia pela Rússia mas permaneceu em território russo.
Em maio de 2022, Kagarlitsky já tinha sido considerado "agente estrangeiro" pelas autoridades russas.
O ativista negou sempre todas as acusações.