Ataque de Moscovo: número de mortos sobe para 139; detidos mais três suspeitos

Suspeitos da autoria do atentado de Moscovo levados a tribunal em Moscovo, na Rússia
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Último balanço oficial dá conta de 139 mortos, incluindo três crianças. Autoridades russas prenderam mais três suspeitos, que entretanto já foram presentes a tribunal. Putin continua a ligar atentado à Ucrânia. Macron diz que seria "cínico" culpar Kiev.

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Subiu para 139 o número oficial de mortos no ataque terrorista à sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores de Moscovo.  O chefe do Comité de Investigação da Rússia, Alexander Bastrykin, participou numa reunião sobre as medidas tomadas após o ataque terrorista e fez o mais recente balanço.

"O ataque matou 139 pessoas, das quais 75 foram identificadas hoje.Entre os mortos encontram-se três crianças. Do total, 137 morreram no local do ataque terrorista e duas morreram em instituições médicas", disse Bastrykin,citado pelo website independente Meduza

Entretanto, as autoridades russas detiveram mais três suspeitos do atentado.

Isroil Ibragimovich Islomov, o pai, e Dilovar Isroilovich Islomov e Aminchon Isroilovich Islomov, os filhos, foram acusados de cometer crimes ao abrigo da Lei do Terrorismo da Rússia, segundo uma publicação no Telegram dos tribunais de jurisdição geral da cidade de Moscovo. 

As detenções acontecem como "medida preventiva", sendo que **os três homens ficarão sob custódia até 22 de maio. **

Quatro outros suspeitos já tinham sido acusados, tendo comparecido no domingo em tribunal com sinais visíveis de maus-tratos ou tortura. Segundo a investigação russa, os quatro confessaram a autoria do crime.

Os grupos de defesa das liberdades cívicas defendem que os sinais de agressão física aos suspeitos mostram o historial negro da Rússia em matéria de direitos humanos, sob o comando do Presidente Vladimir Putin.

O primeiro-Ministro russo, Mikhail Mishustin, afirmou que a investigação ainda está a decorrer, mas prometeu que "os criminosos serão punidos" e "não merecem misericórdia".

Vários deputados russos já se mostraram disponíveis para reavaliar a moratória russa sobre a pena de morte, apesar de o Kremlin ter referido esta segunda-feira que não participaria nessas "conversações".

Putin continua a implicar Kiev

As autoridades russas também parecem continuar a culpar a Ucrânia pelo ataque

Vladimir Putin, citado pela Reuters, concedeu que o ataque foi cometido pelo ISIS, mas sublinhou que não se sabe quem o ordenou. O presidente russo reiterou que o atentado de Moscovo é "parte dos ataques do regime de Kiev à Rússia".

"Esta atrocidade pode ser o elo de uma cadeia de tentativas por parte daqueles que estão em guerra com a Rússia desde 2014 pelas mãos do regime neonazi de Kiev", acrescentou Putin, vincando que os Estados Unidos se têm esforçado para convencer "os seus satélites" e outros países do mundo de que Kiev não está por detrás dos acontecimentos de sexta-feira na capital russa.

Comissão Europeia rejeita tese de envolvimento da Ucrânia

A Comissão Europeia rejeitou esta segunda-feira qualquer ligação da Ucrânia ao atentado de Moscovo.

Bruxelas fez ainda um apelo à Rússia para que não use o incidente trágico de sexta-feira para intensificar a ofensiva em solo ucranianao. 

"Apelamos ao governo russo para que não utilize estes ataques terroristas em Moscovo como pretexto ou como motivação para aumentar a agressão ilegal contra a Ucrânia, para que não os utilize como pretexto para aumentar a repressão interna, que é algo que acontece no regime russo", declarou Peter Stano, porta-voz da Comissão. 

França e Itália aumentam segurança

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou esta segunda-feira que todos os indícios apontam para que o ataque tenha sido levado a cabo pelo Estado Islâmico e acrescentou que seria "cínico e contraproducente" que a Rússia culpasse a Ucrânia.

O governo francês aumentou o alerta de segurança para o nível mais elevado no domingo. O primeiro-ministro francês Gabriel Attal comunicou a decisão na rede social X,  dizendo que as autoridades tiveram em consideração "a reivindicação de responsabilidade do Estado Islâmico"  e as "ameaças" que recaem sobre França. 

Também a Itália está a reforçar a segurança antes da Páscoa, na sequência do ataque terrorista em Moscovo. 

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O Conselho de Segurança Nacional, reunido esta segunda-feira, decidiu reforçar a vigilância e os controlos. Será prestada "maior atenção aos locais de maior concentração e trânsito de pessoas, bem como aos alvos sensíveis", lê-se num comunicado do Ministério do Interior italiano. 

ONU respeita minuto de silêncio

Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas respeitaram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas mortais do ataque na Rússia.

O representante do Japão, atual presidente do organismo de 15 nações, pediu a todos os membros que se levantassem para prestar o tributo no início de uma sessão sobre o conflito Israel-Hamas.

 O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, também guardou um minuto de silêncio esta segunda-feira por causa do ataque, o mais letal na Rússia em duas décadas.

Heróis adolescentes homenageados na Rússia

Os alunos Islam Khalilov e Artyom Donskov, que ajudaram a retirar os espectadores da sala de concertos nos arredores de Moscovo, foram condecorados esta segunda-feira pela Provedora da Criança russa, Maria Lvova-Belova.

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Os diplomas foram entregues aos jovens heróis de 14 anos em Krasnogorsk, perto da capital russa, numa escola situada junto ao local do atentado. 

Os adolescentes estavam a trabalhar no bengaleiro da sala de espetáculos quando os atiradores entraram e começaram a disparar sobre as pessoas. **Juntamente com outros funcionários, estima-se que terão salvado mais de 100 vidas. **

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