Ministro da Defesa de Israel viajou para Washington para se encontrar com os secretários da Defesa e de Estado dos EUA, depois de o primeiro-ministro israelita acusar o seu principal aliado de travar entregas de armamento.
O primeiro-ministro israelita queixou-se publicamente no domingo de uma queda "dramática" no envio de armamento dos Estados Unidos para Israel, lamentando a posição de um dos seus maiores aliados.
"Depois de meses sem que esta situação se alterasse, decidi dar-lhe uma expressão pública. Fi-lo com base em anos de experiência e sabendo que este passo é essencial para eliminar o estrangulamento", disse Netanyahu durante uma reunião do Conselho de Ministros israelita, sem especificar que tipo de armamento a Casa Branca deixou de enviar a Telavive.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, viajou mesmo para Washington, onde irá reunir-se esta semana com os secretários da Defesa e de Estado dos EUA, para negociações consideradas "críticas" sobre os conflitos com o Hamas na Faixa de Gaza e com o Hezbollah, no Líbano.
"Durante estas reuniões, tenciono debater a evolução da situação em Gaza e no Líbano. Estas [discussões] são particularmente importantes e impactantes neste momento. Estamos preparados para qualquer ação que possa ser necessária em Gaza, no Líbano e em outras áreas", disse o ministro da Defesa de Israel sobre os encontros nos EUA.
"A transição para a fase C em Gaza é de grande importância. Discutirei esta transição com os responsáveis norte-americanos, a forma como poderá permitir outras coisas, e sei que conseguiremos uma cooperação estreita com os EUA também nesta matéria", disse ainda Yoav Gallant, referindo-se a um comunicado divulgado por Netanyahu também no domingo, em que refere que a "fase intensa" de combates no sul de Gaza está quase terminada, mas que isso não significa que a guerra esteja a chegar ao fim.
A declaração do primeiro-ministro israelita salienta ainda que o conflito continuará até que o Hamas seja completamente afastado do poder e que o exército israelita poderá em breve mobilizar tropas para a fronteira com o Líbano, onde as trocas de fogo com o Hezbollah se têm intensificado.
Este fim de semana, o grupo libanês divulgou um vídeo mostrando as coordenadas das posições dos militares israelitas, juntamente com um excerto do discurso do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na semana passada, repetindo ameaças a Israel: "Se a guerra for imposta ao Líbano, a resistência lutará sem restrições nem regras".
Ataque israelita atinge centro da UNRWA
No terreno, os bombardeamentos israelitas atingiram no domingo um centro de ajuda humanitária da UNRWA, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, fazendo pelo menos oito mortos.
Segundo a Al Jazeera, o ataque atingiu a entrada principal do complexo da UNRWA na cidade de Gaza, que é utilizado para distribuir ajuda humanitária para toda a Faixa de Gaza. Centenas de pessoas estariam, alegadamente, dentro do edifício no momento do ataque. Testemunhas garantiram que as vítimas mortais eram palestinianos que aguardavam por ajuda humanitária.
Na cidade de Beit Lahiya, a norte de Jabalia, mais dois bebés morreram de subnutrição, elevando o número de mortos devido à fome e à sede para pelo menos 31, segundo as autoridades sanitárias do Hospital Kamal Adwan.
Na última atualização, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, revelou que mais de 37.551 pessoas já morreram desde 7 de outubro, muitas das quais mulheres e crianças, e cerca de 86.000 ficaram feridas.