A China tem oferecido apoio diplomático à Rússia, dede a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, e é um dos principais mercados para o seu petróleo e gás.
Vladimir Putin e Xi Jinping reuniram-se, esta quarta-feira, pela segunda vez em poucos meses. Os dois líderes visitaram o Cazaquistão no âmbito da sessão anual da Organização para a Cooperação de Xangai.
Este encontro foi mais uma oportunidade para o presidente russo e o seu homólogo chinês demonstrarem os fortes laços pessoais da sua “parceria estratégica”, numa altura em que ambos enfrentam tensões crescentes com o Ocidente.
"As relações russo-chinesas de parceria abrangente e interação estratégica estão a atravessar o melhor período da sua história. São construídas com base nos princípios da igualdade, do benefício mútuo e do respeito pela soberania de cada um. A nossa cooperação não é dirigida contra ninguém. Não criamos blocos nem alianças, atuamos simplesmente no interesse dos nossos povos", disse Vladimir Putin, citado pela AP.
Os líderes do Irão, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão também estiveram presentes na conferência. O presidente russo teve uma série de reuniões à margem deste encontro com os líderes de alguns dos países presentes, incluindo o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, que afirmou que o comércio entre a Turquia e a Rússia vai aumentar no futuro.
"Como disse, este volume [de comércio] de 55 mil milhões de dólares não é muito importante para nós. O nosso objetivo era atingir os 100 mil milhões de dólares. Acredito que podemos chegar a esses 100 mil milhões de dólares", afirmou Erdoğan, citado pela AP.
Putin quer mostrar que a Rússia não está isolada pelas sanções ocidentais, na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra o líder russo, acusando-o de responsabilidade pessoal pelos raptos de crianças ucranianos. No entanto, uma vez que o Cazaquistão não assinou o Estatuto de Roma, não é obrigado a prendê-lo.
Os presidentes russo e chinês encontraram-se anteriormente em maio, quando o líder do Kremlin visitou Pequim para sublinhar a sua estreita parceria que se opõe à ordem democrática liderada pelos Estados Unidos.
A China tem oferecido apoio diplomático à Rússia e é um dos principais mercados para o seu petróleo e gás. Para além disto, Pequim é, neste momento, a principal fonte de importações de alta tecnologia de Moscovo.
A Organização para a Cooperação de Xangai ajuda a China a projetar a sua influência, especialmente na Ásia central e no sul global.