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Colonos israelitas incendeiam base militar na Cisjordânia

Soldados israelitas tomam posições durante um ataque militar na cidade de Nablus, na Cisjordânia, a 19 de junho de 2025
Soldados israelitas tomam posições durante um ataque militar na cidade de Nablus, na Cisjordânia, a 19 de junho de 2025 Direitos de autor  AP Photo
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De Evelyn Ann-Marie Dom
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Na quarta-feira, três palestinianos foram mortos quando colonos judeus invadiram a aldeia de Karf Malik, na Cisjordânia.

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Dezenas de colonos israelitas atearam incêndios, vandalizaram veículos militares, espalharam graffitis e atacaram soldados numa base militar a norte de Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, na noite de domingo, confirmaram os militares.

Imagens divulgadas pelos meios de comunicação social israelitas revelaram que os atacantes eram um grupo de homens jovens e religiosos, tipicamente associados à "Hilltop Youth", um movimento extremista de colonos israelitas que ocupam as colinas da Cisjordânia e que têm sido acusados de atacar palestinianos e os seus bens.

Em resposta à violência, os militares utilizaram granadas de atordoamento contra dezenas de colonos. Os militares divulgaram fotografias que mostravam as infraestruturas queimadas no ataque, que, segundo eles, incluíam "sistemas que ajudam a impedir ataques terroristas e a manter a segurança".

Na segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, prometeu "erradicar esta violência pela raiz".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque de domingo, afirmando que "nenhum país civilizado pode tolerar atos violentos e anárquicos como o incêndio de uma instalação militar, a danificação de bens das Força de Defesa de Israel (FDI) e o ataque ao pessoal de segurança por parte de cidadãos do país".

O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, também condenou o ataque, o que é raro, uma vez que tem defendido frequentemente os israelitas acusados de crimes semelhantes.

Carregados os corpos de três palestinianos mortos na quarta-feira, quando colonos judeus invadiram a aldeia de Kafr Malik, na Cisjordânia, 26 de junho
Carregados os corpos de três palestinianos mortos na quarta-feira, quando colonos judeus invadiram a aldeia de Kafr Malik, na Cisjordânia, 26 de junho Leo Correa/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

"Atacar as forças de segurança, as instalações de segurança e os soldados das FDI, que são nossos irmãos, nossos protetores, é uma linha vermelha e deve ser tratada com toda a severidade. Somos irmãos", escreveu Ben-Gvir numa publicação no X.

Ben-Gvir foi anteriormente condenado por incitamento ao racismo e apoio a grupos terroristas, tendo apelado para a deportação de cidadãos árabes de Israel. Em tempos, foi amplamente rejeitado pelos políticos israelitas, mas a sua influência, incluindo entre os colonos extremistas da Cisjordânia, tem vindo a aumentar com a viragem do país à direita.

Em declarações à rádio do Exército de Israel, o líder da oposição Yair Lapid classificou os agressores do ataque como "terroristas judeus, bandos de criminosos que se sentem apoiados pela coligação (governamental)".

Este ataque surge na sequência de uma série de atentados perpetrados por colonos israelitas na Cisjordânia nos últimos dias.

Na quarta-feira, mais de uma centena de colonos entraram na cidade de Kfar Malik, incendiaram propriedades e dispararam contra os palestinianos que tentaram impedi-los, disse o chefe do conselho local, Najeb Rostom.

Três palestinianos foram mortos após a intervenção dos militares e cinco colonos foram detidos.

Em resposta à violência de quarta-feira, o adjunto do presidente palestiniano Mahmoud Abbas, Hussein al-Sheikh, escreveu no X que "a violência e o tumulto dos colonos, sob a proteção do exército de ocupação, é uma decisão política do governo israelita, implementada pelos colonos".

"O comportamento e as decisões do governo israelita estão a empurrar a região para uma explosão", acrescentou.

Israel tomou o controlo da Cisjordânia, de Gaza e de Jerusalém Oriental no final da Guerra dos Seis Dias, em 1967, um conflito entre Israel e uma coligação de Estados árabes. A Cisjordânia alberga cerca de 3 milhões de palestinianos, que vivem sob o domínio militar israelita, e 500 mil colonos judeus.

A comunidade internacional considera, na sua esmagadora maioria, que os colonatos da Cisjordânia são ilegais.

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