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Gangue que violou menores condenado a mais de 100 anos de prisão no Reino Unido

ARQUIVO: Um painel de publicidade de jornal em Rochdale, Inglaterra, durante o surgimento de uma das séries de escândalos de "gangues de aliciamento", 16 de maio de 2012
ARQUIVO: Um painel de publicidade de jornal em Rochdale, Inglaterra, durante o surgimento de uma das séries de escândalos de "gangues de aliciamento", 16 de maio de 2012 Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Kieran Guilbert
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Os detidos foram condenados a penas de prisão entre 12 e 35 anos, depois de terem abusado sexualmente de duas raparigas desde os 13 anos.

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Sete homens que abusaram e violaram duas raparigas no norte de Inglaterra foram condenados a penas de prisão esta quarta-feira, no mais recente caso do Reino Unido a envolver "gangues de aliciamento".

Os membros do gangue foram condenados a um total de 174 anos de prisão por múltiplos crimes sexuais contra duas adolescentes em Rochdale, entre 2001 e 2006. Os abusos começaram quando cada uma das raparigas tinha 13 anos, afirmou o Serviço de Acusação da Coroa (CPS).

Ambas as vítimas eram oriundas de meios vulneráveis e eram conhecidas dos serviços sociais, segundo os procuradores. Uma das raparigas vivia em casas do sistema de assistência social.

De acordo com as autoridades britânicas, as vítimas eram aliciadas com presentes e dinheiro e, muitas vezes, com álcool ou drogas, antes de serem agredidas ou violadas.

No Tribunal Penal de Manchester Minshull Street, o líder do gangue - Mohammed Zahid, de 64 anos - foi condenado a 35 anos de prisão.

Os outros seis membros - Mushtaq Ahmed, 66 anos, Kasir Bashir, 50 anos, Roheez Khan, 39 anos, Mohammed Shahzad, 43 anos, Nisar Hussain, 41 anos, e Naheem Akram, 48 anos - foram condenados a penas que variam entre 12 e 39 anos de prisão.

Os sete homens negaram as acusações, mas foram condenados por unanimidade.

"Estes sete homens aproveitaram-se da vulnerabilidade para o seu próprio proveito sexual depravado", afirmou o inspetor-chefe Guy Laycock, o principal responsável pela investigação do caso.

"Os homens abusavam, degradavam e depois abandonavam as vítimas quando estas eram apenas crianças. Estes abusos horríveis não conheceram limites, apesar dos seus desmentidos ao longo desta longa investigação e do processo judicial", acrescentou.

Etnia no centro das atenções

A questão dos gangues de aliciamento, que há décadas envolve centenas de jovens mulheres e raparigas vulneráveis exploradas sexualmente por homens, tornou-se pública no início da década de 2010 no Reino Unido.

Tornou-se evidente que muitos dos gangues eram, pelo menos parcialmente, conhecidos das autoridades locais durante algum tempo antes dos seus membros serem objeto de muitas acusações criminais. Dezenas de homens em diferentes cidades foram detidos, julgados e encarcerados pelos seus atos.

ARQUIVO: Nesta fotografia de 16 de maio de 2012, peões caminham junto à Câmara Municipal de Rochdale, em Inglaterra.
ARQUIVO: Nesta fotografia de 16 de maio de 2012, peões caminham junto à Câmara Municipal de Rochdale, em Inglaterra. JON SUPER/AP

No entanto, a questão voltou à agenda política no início do ano, quando Elon Musk fez uma série de publicações incendiárias nas redes sociais.

A sua intervenção surgiu depois de se saber que a ministra britânica da Proteção de Menores, Jess Phillips, tinha rejeitado um pedido de inquérito conduzido pelo governo, afirmando que este deveria ser encomendado a nível local.

Em junho, o governo britânico declarou que os agentes da polícia em Inglaterra e no País de Gales serão obrigados a recolher dados sobre a etnia e a nacionalidade nos casos de abuso e exploração sexual de crianças, depois de uma análise ter concluído que a questão tinha sido "evitada".

Uma análise anterior, efetuada em 2014, estimou que cerca de 1.400 crianças foram exploradas sexualmente em Rotherham entre 1997 e 2013, predominantemente por homens de ascendência paquistanesa.

O relatório identifica falhas por parte das autoridades e da polícia, e também cita funcionários das autoridades locais que descrevem o seu "nervosismo" em identificar as "origens étnicas dos perpetradores por medo de serem considerados racistas".

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