Agricultores inquietos com preços de fertilizantes a disparar

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A guerra na Ucrânia está a ter um impacto negativo sobre a produção agrícola e pecuária

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Por causa da guerra Ucrânia, Laurent Gomand é, por estes dias, um agricultor inquieto. À frente de uma exploração familiar, na Bélgica, não esconde a preocupação com as notícias que chegam do leste.

Mais do que a sombra negra que paira sobre criação de 250 vacas e 600 cabras, teme pela capacidade de produção de cereais, de milho, beterraba e batatas, porque num curto espaço de tempo, o preço dos fertilizantes disparou para níveis insuportáveis.

"Há um ano pagávamos entre 150 a 200 euros por tonelada de fertilizante. Atualmente são cerca de 800 euros. É um custo absolutamente exorbitante. Além disso há escassez. O que significa que aos custos, que são muito mais elevados, temos de adicionar a escassez de matérias-primas, de mercadorias", sublinhou, em entrevista à Euronews, Laurent Gomand.

A Rússia é um player incontornável no mercado dos fertilizantes. No ano passado, foi o primeiro exportador de adubos com nitrogénio e o segundo fornecedor de fertilizantes que contêm macronutrientes como potássio e fósforo.

Um círculo vicioso para os agricultores, que afeta as explorações e no fim da cadeia, os consumidores.

"Em primeiro lugar há um impacto financeiro direto sobre as nossas finanças porque os custos de produção são muito mais elevados. Se não utilizamos a quantidade adequada de adubos nas colheitas, há uma quebra na produção. É uma bola de neve: menos adubo, menos produção e em algum lugar a escassez de produtos", acrescentou Laurent Gomand.

A dificuldade em aceder aos adubos afeta o equilíbrio económico das explorações agrícolas, impedidas de planear os meses futuros.

A União Europeia está a estudar formas de amortecer o impacto do conflito no setor.

Em Bruxelas, os ministros da Agricultura dos 27 debateram o assunto. A Comissão Europeia deverá apresentar propostas para apoiar os produtores na quarta-feira.

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