As decisões orçamentais e diplomáticas da UE requerem unanimidade dos 27 países, algo nem sempre fácil de conseguir face à diversidade de interesses nacionais.
Os aliados ocidentais, incluindo os países da União Europeia (UE), reafirmaram, recentemente, o seu apoio inabalável à Ucrânia tendo em conta que se aproxima o dia 24 fevereiro, que marca um ano desde o início da invasão pela Rússia.
Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, também admitiram que a ajuda poderia ter sido enviada mais rapidamente e que muito tem, ainda, de ser feito para assegurar que a Ucrânia pode defender-se e, eventualmente, ganhar a guerra.
Durante a sessão plenária a decorrer em Estrasburgo, dois eurodeputados realçaram que a unidade demonstrada pelos 27 países da UE é particularmente digna de nota, em declarações à euronews.
"Uma das coisas que penso que fizemos bem foi apoiar os ucranianos na guerra, não só militarmente, mas todo o apoio económico ao país e aos milhões de refugiados que vieram para a Europa. Conseguimos manter-nos unidos", disse Pedro Marques, eurodeputado socialista português.
A UE gastou até agora 67 mil milhões de euros em assistência militar, humanitária e macro-financeira. Por outro lado, implementou nove pacotes de sanções contra a Rússia, para diminuir a capacidade do governo de levar a cabo a guerra.
As decisões orçamentais e diplomáticas da UE requerem unanimidade dos 27 países, algo nem sempre fácil de conseguir face à diversidade de interesses nacionais, incluindo na relação de dependência dos bens russos até ao início da guerra.
Mas a falta de rapidez na tomada de decisões é criticada pelos eurodeputados.
"Poderíamos ter sido mais rápidos, especialmente quando falamos sobre as armas, aquilo de que a Ucrânia mais precisa hoje em dia", disse Rasa Juknevičienė, eurodeputada de centro-direita lituana.
"Penso que alguns grandes países têm medo de fornecer todas as armas necessárias porque receiam que os ucranianos derrotem Putin. Penso que esse é o maior erro", acrescentou Rasa Juknevičienė, numa alusão à Alemanha.
O governo de Berlim hesitou, durante semanas, sobre se deveria fornecer tanques modernos de fabrico alemão e permitir a reexportação dos mesmos por outros países europeus.
Pedro Marques realça a lentidão também ao nível das sanções e nas medidas para proteger os europeus do impacto económico da guerra.
"Gostaria de ter visto a UE agir mais rapidamente em questões como a limitação dos preços do petróleo e do gás, as alterações no mercado da eletricidade e todas aquelas medidas que gostaríamos de ter visto mais cedo para travar o fluxo de dinheiro para o regime de Putin. Medidas que, ao mesmo tempo, teriam amortecido mais cedo o sofrimento para o povo europeu derivado da subida dos preços da energia", disse o eurodeputado socialista.