Cimeira UE-América Latina "descongela" oito anos de relação distante

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou países da América do Sul, no mês passado, para preparar a cimeira
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou países da América do Sul, no mês passado, para preparar a cimeira Direitos de autor AP Photo
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De  Aida Sanchez AlonsoIsabel Marques da Silva
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Referências à guerra na Ucrânia tornou-se um pomo de discórdia na preparação diplomática da Cimeira UE-América Latina, que decorre a 17 e 18 de julho, em Bruxelas, oito anos depois da última reunião de alto nível.

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Os líderes de 60 países dos dois blocos regionais (27 da União Europeia (UE) e 33 da Amérca Latina) vão retomar o dialágo numa ciemira e este facto é visto já como um sucesso, independentemente da capacidade de se chegar a uma declaração política ambiciosa, que inclua temas quentes como a guerra em solo europeu e suas consequências a nivel mundial.

"Os países latino-americanos têm estado bastante hesitantes na condenação da Rússia por uma série de razões. Uma delas tem a ver com uma abordagem mais pragmática. Os países latino-americanos têm os seus próprios laços económicos com a Rússia e não podem, simplesmente, cortar esses laços por causa de uma guerra que, na sua opinião, está a acontecer na Europa", explicou Gustavo Müller, investigador do Centro de Estudos de Governação Global da Universidade de Lovaina, em entrevista à euronews.

"Além disso, também têm uma razão interna que vem da tradição dos países do Sul Global de adotaram uma abordagem bastante sólida de neutralidade", acrescentou.

Depois de rumores sobre a possivel participaçãoo do presidente ucraniano, Volodimyr Zelensky, mesmo que por videoconferência, ficou decidio que não haverá convidados de países externos ao dois blocos.

O comércio e o investimento como prioridades

Um resultados positivo da cimeira seria, assim, assinar, assinar alguns comerciais que a UE tem pendentes com países sul-americanos, nomeadamente com o Chile e o México.

Se considerarmos os diferentes acordos comerciais que temos vindo a discutir com os diferentes países da América Latina, há muitos anos, a melhor forma de garantir que as normas ambientais são respeitadas na América Latina é avançar, assinar e ratificar esses acordos.
José Manuel Albares
Ministro dos Negócios Estrangeiros, Espanha

No caso do acordo com o bloco de países do Mercosul, que inclui o Brazil e o tema dificil da deflorestação na Amazónia, o compromisso é mais complexo.

"Se considerarmos os diferentes acordos comerciais que temos vindo a discutir com os diferentes países da América Latina, há muitos anos, a melhor forma de garantir que as normas ambientais são respeitadas na América Latina é avançar, assinar e ratificar esses acordos", referiu José Manuel Albares, ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, país que preside, este semestre, ao Conselho da UE.

"Se queremos que a América Latina vire as costas à Europa e procure outros parceiros que não partilham a mesma preocupação com o ambiente, então temos de os pôr de lado", disse, ainda, numa conferência de imprensa.

A UE pretende investir fortemente no sub-continente com o chamdo Portal Global. As verbas destinam-se, sobretudo, às areas da energia e matérias-primas, mas há muitas outras que suscitam interesse.

Para evitar os grandes períodos de ausência de dialogo, as cimeiras deverão passar a ser bienais, com a de 2025 a ter lugar na Colombia.

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