O primeiro-ministro polaco Donald Tusk, a tentativa de homic´ídio do primeiro-ministro eslovaco Robert Fico e as novas regras da UE em matéria de combate ao branqueamento de capitais foram recentemente alvo de desinformação.
Antes das eleições europeias, que se realizam de 6 a 9 de junho, os líderes europeus e a própria União Europeia estão a ser cada vez mais alvo de campanhas de desinformação.
Quer se trate de uma tentativa de desacreditar os rivais políticos ou de alegações sobre a regulamentação da UE, as redes sociais estão repletas de narrativas falsas.
Um exemplo disso é a tentativa de homicídio do primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, que deu origem a uma grande quantidade de desinformação política online.
Os utilizadores das redes sociais afirmam que esta fotografia mostra o alegado agressor de Fico ao lado de Martin Šimečka, o pai do líder do partido da oposição Eslováquia Progressista.
Os meios de comunicação social eslovacos identificaram o alegado atirador como sendo o autointitulado escritor Juraj Cintula.
No entanto, a fotografia da publicação não mostra Cintula e Šimečka juntos. Na verdade, o segundo homem na foto não é Šimečka, e a foto em si vem de um dos lançamentos de livros de Cintula em 2019.
O próprio Facebook já classificou a publicação como informação falsa.
A tentativa de falsa associação do ataque a Fico com os seus rivais políticos continua a ser particularmente perigosa antes das eleições europeias.
Donald Tusk tem vergonha da sua identidade polaca?
Do outro lado da fronteira, na Polónia, o primeiro-ministro Donald Tusk foi acusado de atacar a noção de identidade polaca.
Uma imagem publicada no TikTok afirma que Tusk chamou à identidade polaca "uma anormalidade" que lhe chega "com dolorosa persistência". No entanto, esta afirmação é enganadora.
As palavras são efetivamente dele, mas escritas num artigo publicado há 40 anos.
De acordo com os verificadores de factos polacos, o artigo de Tusk discute criticamente as atitudes dos polacos em relação à realidade, antes de confirmar que se identifica com a sua própria nacionalidade, numa altura em que a Polónia era um satélite comunista da União Soviética.
"Apesar da sua herança opressiva, continua a ser a nossa escolha consciente comum", afirmou.
Sendo um primeiro-ministro fortemente pró-UE, que já foi presidente do Conselho Europeu, Tusk é um alvo crucial para a desinformação a poucas semanas das eleições.
A UE está a proibir pagamentos em dinheiro superiores a 100 mil euros?
Muitas vezes, é a própria UE que está a ser atacada por aqueles que espalham falsas narrativas.
Alguns utilizadores das redes sociais afirmam que a UE proibiu todos os pagamentos em numerário superiores a 100.000 euros.
Isto é parcialmente verdade: a UE aprovou regras que limitam as transações em numerário a 100.000 euros, no âmbito de um conjunto de novas medidas de combate ao branqueamento de capitais, mas estas restrições não se aplicam a todas as transações.
Especificamente, os comerciantes estão sujeitos a um limite que os impede de aceitar ou pagar transações em numerário superiores a 100.000 euros.
As transferências entre particulares num contexto não profissional estão excluídas.
Antes das eleições europeias, é fundamental que as notícias sejam partilhadas de forma correta e justa, para que o eleitorado possa votar com a informação adequada.