As opiniões políticas de rapazes e raparigas estão cada vez mais distantes.
Em Espanha, os eleitores mais jovens estão cada vez mais divididos, e a divisão não é apenas ideológica: 40% das mulheres com menos de 24 anos afirma-se de esquerda ou de extrema-esquerda.
Haiby Edith Rivas, da Associação Pão e Rosas, é uma dessas mulheres e explica que “cada vez mais, a extrema-direita ganha popularidade em certos sectores, com um discurso super-reacionário de questionamento dos direitos das mulheres, dos migrantes e da comunidade LGBT".
Enquanto as mulheres jovens estão a optar cada vez mais por opções de esquerda, os seus pares estão mais à direita. Para Diego Yáñez, presidente da conservadora Associação de Estudantes Liberdade sem Raiva, “ a demonização da figura masculina, ou o tratamento dos homens como criminosos, fez com que muitos jovens repensassem as suas posições e optassem por esta opção um pouco mais conservadora”.
Alfredo Ramos, especialista em estudos de masculinidade, afirma que, em Espanha, " estamos a assistir a uma batalha política que está a ter o género como elemento articulador de conflitos que antes podiam ser resolvidos em torno de outras variáveis”.
A luta de género entre os jovens pode ter consequências profundas nas políticas da União Europeia e vem contrariar a perspetiva de um futuro que deve ser partilhado entre homens e mulheres.