Espanha: Isabel Díaz Ayuso é a arma do PP para roubar votos ao Vox nas Europeias

Santiago Abascal (ao centro), líder do partido de extrema-direita espanhol Vox
Santiago Abascal (ao centro), líder do partido de extrema-direita espanhol Vox Direitos de autor Manu Fernandez/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, tem conseguido arrebatar milhares de votos ao Vox com um discurso centrado na defesa da liberdade económica e da unidade de Espanha. PP quer duplicar a votação nas eleições europeias à custa da extrema-direita.

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Em Madrid, os membros do Partido Popular (PP) estão a levar a cabo uma campanha de adesão à "Equipa Ayuso". A presidente da região de Madrid é uma das dirigentes mais empáticas do PP.

O seu maior sucesso é ter sido a primeira conservadora a travar a ascensão da extrema-direita protagonizada pelo Vox em Espanha. O Partido Popular espera duplicar os seus lugares no Parlamento Europeu em detrimento do partido de Santiago Abascal, fazendo apelo ao voto estratégico.

"Estou convencido de que o eleitor do Vox tem as mesmas preocupações e gostos que eu. Por isso, se ele quer que as suas exigências sejam satisfeitas, deve votar estrategicamente e votar efetivamente no partido que as aceitará e implementará no Parlamento Europeu.", afirma Luis Monedero, membro do grupo das Novas Gerações do Partido Popular.

Isabel Díaz Ayuso conseguiu roubar milhares de votos ao Vox, defendendo por exemplo a liberdade económica, como Milei na Argentina, ou a unidade de Espanha, tema que domina as narrativas do Vox. Ayuso liderou sem pudor a batalha cultural contra a esquerda

"A presidente Ayuso tem estado a travar a batalha das ideias desde o início, e não são necessariamente ideias de direita. As pessoas aperceberam-se de que a esquerda transformou o feminismo radical excludente numa indústria, e transformou também o ambientalismo absurdo numa indústria." refere Ignacio Dancausa, presidente do Grupo das Novas Gerações do PP.

Apesar da ascensão da extrema-direita em toda a Europa, o Vox perdeu 600 mil votos nas últimas eleições gerais. Na batalha contra a amnistia dos líderes independentistas catalães, o Partido Popular compete com o Vox pela bandeira da defesa da unidade de Espanha.

"O Vox vai precisar de mais do que apenas atrair eleitores descontentes. Terá de mostrar que o seu voto é realmente mais atraente para os eleitores que abandonaram o PP" salienta Andrés Santana, professor de Ciência Política da Universidade Autónoma de Madrid

Entre o discurso de Díaz Ayuso e as posições mais moderadas do líder nacional, Alberto Núñez Feijoo, o PP enfrenta o desafio de atrair os eleitores Vox sem alienar, ao mesmo tempo, os eleitores de centro-direita.

"São líderes que têm pontos de vista muito diferentes. Isso é verdade e pode ser útil para o PP, a nível estratégico, para atrair votos diferentes", nota Santana.

Mas o Vox ainda tem cartadas para jogar. Os protestos dos agricultores e dos criadores de gado que estão a varrer a Europa podem dar um impulso ao partido de extrema-direita espanhol nas eleições europeias. 

No entanto, o partido de Abascal resistiu à investida do PP nas eleições bascas e espera-se que o Vox melhore os seus resultados em relação às europeias de 2019 e se consolide como terceira força.

A campanha eleitoral será decisiva para marcar o lugar da extrema-direita em Espanha.

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