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Von der Leyen promete aos Liberais que "não haverá cooperação estruturada" com o ECR de Meloni

Ursula von der Leyen reuniu-se com os eurodeputados do Renew Europe para discutir o seu potencial segundo mandato.
Ursula von der Leyen reuniu-se com os eurodeputados do Renew Europe para discutir o seu potencial segundo mandato. Direitos de autor Renew Europe.
Direitos de autor Renew Europe.
De  Jorge LiboreiroVincenzo Genovese
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Artigo publicado originalmente em inglês

O Renew Europe conta com 76 eurodeputados, número de que Ursula von der Leyen necessita para garantir a confirmação de um segundo mandato.

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Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia que está a tentar reunir uma maioria para um segundo mandato, prometeu à família liberal de Renew Europe que não iria estabelecer uma "cooperação estruturada" com o grupo de Giorgia Meloni.

"Tivemos uma boa troca de impressões com Ursula von der Leyen", disse, na quarta-feira, Valerie Hayer, a eurodeputada francesa que preside ao grupo Renew Europe, após uma reunião entre os liberais e a atual presidente.

"Deixámos muito claro que não aceitamos qualquer possível ligação com a extrema-direita. Ela comprometeu-se connosco. É claro que vamos analisar isto com muita atenção".

Durante a campanha para a reeleição, von der Leyen chamou à atenção, quando fez propostas cada vez mais explícitas ao primeiro-ministro italiano, que controla o grupo de extrema-direita Conservadores e Reformistas Europeus (ECR).

Devido às suas opiniões socialmente conservadoras e aos ataquesà liberdade de imprensa, Meloni é considerada uma anátema para o Renew Europe, bem como para os Socialistas e Democratas (S&D), que são a principal oposição em Roma. No entanto, dentro do Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, Meloni é vista como uma figura construtiva e pragmática, mesmo que a sua posição se desvie, muitas vezes, para o euroceticismo.

O PPE não considera todo o ECR como "extrema-direita", como fazem os socialistas e os liberais, e prefere tratar o grupo em fações separadas: Fratelli d'Italia de Meloni, no lado positivo, e Direito e Justiça da Polónia (PiS), no lado negativo.

Desde as eleições para o Parlamento Europeu, von der Leyen, que pertence à ala moderada do PPE, mudou de tom e prometeu construir uma plataforma centrista e duradoura com o PPE, o S&D e o Renew, que, em conjunto, teriam uma maioria de 400 lugares.

"A nossa posição é clara. Devemos estar em coligação com os grupos pró-europeus. Para nós, o ECR não é um grupo pró-europeu", afirmou Hayer. "Não temos de fazer qualquer acordo com o grupo ECR".

Questionada sobre se von der Leyen se comprometeu a excluir o grupo ECR da sua futura plataforma, a eurodeputada disse que "ela prometeu construir uma coligação como fez" no seu primeiro mandato, apoiada pelo PPE, o S&D e o Renew.

Dois responsáveis do Renew afirmaram que von der Leyen foi mais explícita durante a reunião à porta fechada, na qual prometeu "nenhuma cooperação estruturada" com o ECR durante o seu eventual segundo mandato. A declaração parece destinada a dissipar quaisquer dúvidas que subsistam.

Chegar ao 361

A candidata não deve, no entanto, considerar como garantido o apoio dos 76 eurodeputados que se sentam ao lado do Renew. As delegações alemã, eslovaca, portuguesa e irlandesa são consideradas as mais cépticas, segundo a Euronews, devido à forma como von der Leyen lidou com os retrocessos democráticos na Hungria de Viktor Orbán e na Eslováquia de Robert Fico.

Os seis eurodeputados irlandeses opõem-se à sua recondução devido à sua reação à guerra entre Israel e o Hamas, que foi criticada por ser excessivamente pró-Israel.

Espera-se que posições semelhantes sejam adotadas no PPE (188 eurodeputados) e no S&D (136), o que sugere que von der Leyen poderá ficar aquém dos 361 votos necessários para um segundo mandato. A lacuna poderá ser preenchida pelos Verdes (53) ou pelo grupo ECR (78).

É aqui que reside o dilema: aproximar-se demasiado perto dos Verdes provocaria a ira dos seus aliados conservadores e aproximar-se do ECR afastaria, por sua vez, os progressistas. O comentário desta quarta-feira sugere que os Verdes podem ser a opção mais segura.

Von der Leyen já se reuniou com o S&D e o Renew, e estão previstos encontros, para os próximos dias, com os Verdes e o ECR. Estas reuniões permitem que os grupos apresentem a sua lista de exigências ideológicas e projetos para o ciclo de cinco anos.

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Para os liberais, estes incluem temas sobre a defesa, competitividade, redução da burocracia, proteção dos direitos fundamentais, ação climática e a gestão da migração.

"Não há cheques em branco", disse Hayer. "As prioridades políticas do Renew devem ser incorporadas no programa de trabalho da Comissão para os próximos cinco anos."

Antes da data decisiva, o presidente do PPE, Manfred Weber, exortou o hemiciclo a respeitar o chamado sistema Spitzenkandidaten e a garantir a continuidade política num mundo repleto de crises.

"Se Ursula von der Leyen falhar, corremos o risco de acabar numa Europa com muita instabilidade", disse Weber aos jornalistas na quarta-feira de manhã.

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"Se Ursula von der Leyen falhar na próxima semana, haverá um homem feliz, que é Viktor Orbán. E eu não quero dar essa prenda a Viktor Orbán", reiterou.

A votação final está marcada para 18 de julho.

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