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Ultraconservadores exigem a von der Leyen pastas de peso na Comissão Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, toca uma campainha para assinalar o início da reunião semanal do colégio de comissários
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, toca uma campainha para assinalar o início da reunião semanal do colégio de comissários Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Isabel Marques da Silva
Publicado a Últimas notícias
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Tendo conquistado o apoio do Parlamento Europeu, Ursula von der Leyen está a passar por uma nova prova de fogo. Na escolha de quem terá assento na próxima Comissão Europeia, a presidente reeleita enfrentará a pressão de alguns governos ultraconservadores.

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"O puzzle para montar a Comissão será mais difícil desta vez porque os (candidatos a) comissários que Ursula von der Leyen receberá dos Estados-membros serão muito mais diversificados em termos das opiniões políticas, em comparação com o passado, tendo mais eurocéticos nas pastas", explicou Johannes Greubel, analista político no Centro de Política Europeia, em entrevista à Euronews.

Os governos ultraconservadores da Itália e da Chéquia já declararam que pretendem que os comissários que vão indicar tenham pastas de grande relevo. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que quer uma vice-presidência económica. O homólogo checo, Petr Fiala, também disse querer “uma pasta forte, de preferência económica”.

É uma mensagem que visa realçar a sua convicção de que os ganhos dos partidos desta ideologia nas eleições europeias devem ser refletidos na composição do novo executivo da União Europeia (UE).

Estas exigências são, também, uma reação ao chamado cordão sanitário dos partidos tradicionais e pró-UE contra a extrema-direita, que funcionou na escolha dos líderes das instituições: Ursula von der Leyen, centro-direita, para a Comissão Europeia; António Costa, socialista, para o Conselho Europeu e Kaja Kallas, liberal, para chefe da diplomacia da UE.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, também não deixará de fazer valer os seus bons resultados, tendo sido, mesmo, o motor de um novo grupo de direita radical no Parlamento Europeu - os Patriotas pela Europa. Viktor Orbán ainda não anunciou se manterá o titular Olivér Várhelyi, responsável pela pasta do Alargamento e Vizinhança, ou se indicará outro nome.

No entanto, esta pressão não virá da coligação de extrema-direita nos Países Baixos, que quer manter Wopke Hoekstra, uma escolha do anterior primeiro-ministro liberal, Marke Rutte. Hoekstra, comissário para a Ação Climática, agradeceu, terça-feira, com mensagem na rede social X, ao atual governo liderado por Dick Schoof, pela confiança renovada.

O teste das audições no Parlamento Europeu

Tal como em 2019, Ursula von der Leyen pede a todos os líderes candidatos masculinos e femininos, para garantir o equilíbrio de género na composição final da sua equipa.

No entanto, todos terão de passar por audiências no Parlamento Europeu, para avaliar currículos e competências, o que poderá ser um desafio, afirma Sophia Russack, investigadora no Centro de Estudos de Política Europeia.

O Parlamento também tenta "exercitar um pouco os seus músculos" e poderá recusar um ou mesmo vários comissários.
Sophia Russack
Investigadora, Centro de Estudos de Política Europeia

"O Parlamento Europeu convidará todos os candidatos a comissário para as respetivas comissões e fará muitas perguntas para testar se estão aptos para o cargo", disse à Euronews.

"No final, todo o colégio de comissários terá de ser alvo de votação por parte do plenário do Parlamento Europeu e isso leva tempo porque o Parlamento também tenta "exercitar um pouco os seus músculos" e poderá recusar um ou mesmo vários comissários", acrescentou a investigadora.

Durante as negociações, a presidente também procurará o melhor perfil para novas pastas que tiveram destaque no seu discurso no Parlamento Europeu, na semana passada: Defesa, Habitação e Relações com o Mediterrâneo (sobretudo por causa da Migração).

Cerca de um terço dos 27 Estados-membros já indicaram os seus candidatos, incluindo a Alemanha, que tem a presidente Ursula von der Leyen: Estónia, Países Baixos, Finlândia, Irlanda, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha e Suécia.

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