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Análise: UE perde credibilidade diplomática por causa da guerra em Gaza?

Ativistas seguram uma faixa contra os ataques aéreos israelitas em Gaza
Ativistas seguram uma faixa contra os ataques aéreos israelitas em Gaza Direitos de autor Armin Durgut/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Armin Durgut/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
De  Shona Murray com AP
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A União Europeia (UE) está a ser acusada de seletividade na defesa do direito internacional devido à posição na guerra na Faixa de Gaza, onde Israel continua uma operação militar que já fez mais de 40 mil mortos entre os civis palestinianos.

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“A UE registou um fracasso muito transparente e dramático em termos de defesa do direito internacional e do Estado de direito. Perdeu muito terreno junto do Sul Global (países do hemisfério Sul)", disse Daniel Levy, analista político especialista em Médio Oriente e ex-conselheiro do governo israelita, em entrevista à Euronews.

"Recordo que durante o primeiro ano da guerra na Ucrânia se falou muito sobre a razão pela qual o resto do mundo não estava connosco (Ocidente), como obter o apoio dessa parte do globo", acrescentou.

Israel iniciou a ofensiva após o ataque terrorista do Hamas contra o seu território, a 7 de outubro, que matou mais de 1200 israelitas e no qual foram raptadas mais de 250 pessoas, das quais mais de 120 ainda estão em cativeiro.

O governo israelita está agora a ser investigado por instâncias judiciais internacionais por alegados crimes de genocídio, extermínio e fome deliberada.

Atualmente, a Europa parece mais fraca e tem menos apoios, e as pessoas não vão ouvir sermões da União Europeia.
Daniel Levy
Analista político especialista em Médio Oriente

Por outro lado, um parecer recente do Tribunal Internacional de Justiça diz que a ocupação via colonatos isarelitas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental é ilegal e que o governo deveria retirar os seus colonos dessas regiões, além de pagar reparações aos palestinianos pelos danos causados ​​pela ocupação.

"A abordagem em relação a Gaza liderada por Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia) tornou impossível o apoio do Sul Global, que não vai ouvir a Europa quando esta afirma ser uma defensora da lei", afirmou Levy.

"Atualmente, a Europa parece mais fraca e tem menos apoios, e as pessoas não vão ouvir sermões da União Europeia", disse, ainda.

UE não é seletiva, diz Borrell

Em defesa do executivo da UE, Josep Borrell, responsável pela política externa diz que o direito internacional é universal e está a ser defendido: "Dizemos a todo o momento que o Estado de direito, o direito internacional, o direito humanitário, a proteção dos direitos humanos estão no nosso ADN".

"Mas estes direitos são universais e aplicam-se ao Mar do Sul da China, à Ucrânia e ao Médio Oriente. Não se pode ter uma compreensão seletiva de quais são as decisões ou as opiniões do Tribunal Internacional", acrescentou Borrell.

No que se refere à ocupação por via de colonatos, a União Europeia juntou-se, recentemente, aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha na imposição de sanções internacionais (congelamento de bens e à proibição de viagens e vistos) a 13 colonos israelitas, alguns dos quais pertencem a movimentos acusados de ataques e assédio contra os palestinianos.

Contudo, o governo de Irsael continua a defender o seu posicionamento, atacando veementemente as instâncias internacionais e quaisquer vozes que falem de uso de força desproporcional que causa milhares de vítimas civis nas operações contra terroristas.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, dirigiu-se ao Congresso dos EUA, esta quarta-feira, onde prometeu prosseguir a atividade militar até alcançar a “vitória total”.

Esperava-se que as autoridades do Egito, Israel, Estados Unidos e Qatar se reunissem, hoje, em Doha, com o objetivo de retomar as negociações da proposta de cessar-fogo, mas uma autoridade israelita disse que a equipa de negociação de Israel seria enviada na próxima semana.

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