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Itália apela a uma "revisão rápida" da proibição dos automóveis de combustão

A cláusula de revisão está atualmente prevista para 2026
A cláusula de revisão está atualmente prevista para 2026 Direitos de autor  Ian Forsyth/AP
Direitos de autor Ian Forsyth/AP
De Vincenzo Genovese
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O ministro italiano defende que a revisão deve ser antecipada, de modo a permitir que as empresas do setor automóvel planeiem os seus investimentos a longo prazo.

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Itália espera adiar a proibição dos automóveis de combustão, recorrendo a uma revisão, para esta seja modificada através da introdução de algumas exceções.

A proposta foi explicada pelo ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso, durante uma reunião informal sobre o setor automóvel organizada pela presidência húngara do Conselho da União Europeia (UE), e será discutida com os seus homólogos na capital belga.

"Juntamente com outros países, iremos formular um documento escrito a apresentá-lo à Comissão", disse o ministro italiano, que considera que esta proibição será responsável por uma grave crise para os fabricantes de automóveis europeus, capaz de "pôr em risco centenas de milhares de postos de trabalho em toda a Europa".

"Tendo em conta os dados que já surgiram, quer em termos de produção de automóveis no nosso continente, que caiu drasticamente, quer em termos de compra de carros elétricos no nosso continente, que caiu consideravelmente, temos agora a certeza de que com este calendário não atingiremos os objetivos estabelecidos para 2035", afirmou Urso.

De acordo com o ministro, a revisão deve ser antecipada sobretudo para permitir que as empresas do setor planeiem os seus investimentos a longo prazo: "Não podemos deixar as empresas e os consumidores mais dois anos na incerteza sobre o que fazer.

"Mas isso não tem necessariamente de significar um adiamento da data prevista para a suspensão das vendas. Haverá provavelmente duas decisões que podemos tomar", defendeu Urso. "Ou mantemos o objetivo tão ambicioso como está, criando as condições para acelerar: recursos, neutralidade tecnológica e autonomia estratégica a garantir. Ou, se não conseguirmos fazer tudo isto, não teremos outra alternativa senão passar para uma via secundária, que é adiar os objetivos", acrescentou.

Em particular, o governo italiano pretende obter uma exceção para os veículos alimentados por "biocombustíveis", que são produzidos a partir de recursos vegetais como o milho ou o óleo de palma.

Alemanha apoia a proposta de Itália

O pedido surge num momento de grandes tensões para o mercado automóvel europeu, que pede medidas urgentes à UE: em agosto, foram registados menos 18% de automóveis do que no ano passado, com uma queda muito acentuada na Alemanha (-27,8%) e em França (-24,3%). Itália também registou uma diminuição, em comparação com as vendas do mesmo mês em 2023 (-13,4%).

Embora o valor global esteja em baixa, o mercado dos automóveis elétricos [que podem ser vendidos mesmo depois de 2035] também está a lutar para arrancar. Em todo o ano de 2024, os automóveis movidos a bateria representaram apenas 12,4% do total de registos, de acordo com os dados da ACEA, a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

A Alemanha parece estar disposta a apoiar o pedido italiano: o ministro da Economia, Robert Habeck, declarou-se favorável após uma reunião com fabricantes de automóveis e representantes sindicais, e encontrou-se com o próprio Urso em Bruxelas.

Mas, como explicou o ministro italiano, com uma posição clara: "Habeck quer manter o objetivo de 2035 como data limite, mas está disposto a discutir todas as condições para atingir essa data com uma indústria europeia competitiva".

Outros países também poderiam apoiar o pedido italiano, como a Polónia, a Bulgária ou a Roménia, que se abstiveram ou votaram contra quando a proibição foi aprovada em março de 2023. O ministro Urso afirmou ter mantido conversações com os seus homólogos, dos quais recebeu "abertura", mas sem especificar quais os países favoráveis.

No entanto, só a Comissão Europeia pode propor a revisão do regulamento, como explicou Tim McPhie, porta-voz da Comissão para as questões da transição ecológica.

"A Comissão tem o direito de iniciativa legislativa e deve apresentar uma proposta de alteração de qualquer ato legislativo, que será depois decidida pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu".

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