O Estado-Maior da Ucrânia confirmou que se retirou da cidade de Sudzha, dias depois de a Rússia ter afirmado que a tinha reconquistado.
A recaptura da maior cidade ocupada pela Ucrânia na região russa de Kursk é mais um ganho na ofensiva da Rússia para expulsar as forças ucranianas do seu território.
Segundo as informações disponíveis, Sudzha foi uma das batalhas mais duras desta guerra de mais de três anos. Antes da ofensiva, a cidade contava com uma população de cerca de 5.000 pessoas, mas, atualmente, encontra-se muito danificada.
O principal comandante militar ucraniano, Oleksandr Syrskyi, afirmou na quinta-feira que os aviões russos tinham efetuado tantos ataques na região, que a cidade ficou quase completamente destruída.
“Na situação mais difícil, a minha prioridade tem sido, e continua a ser, salvar as vidas dos soldados ucranianos. Para isso, as unidades das Forças de Defesa (da Ucrânia), se necessário, estão a manobrar para posições mais favoráveis”, afirmou Syrskyi.
No mesmo dia, as forças russas anunciavam terem recapturado a cidade ocupada.
Nas últimas semanas, as tropas russas recapturaram grande parte da área que a Ucrânia ocupou após o seu ataque transfronteiriço surpresa na região de Kursk, em agosto do ano passado.
A região russa começou a planear a reconstrução e o desenvolvimento das áreas recapturadas do controlo ucraniano, disse Alexander Khinshtein, o governador interino da região, no sábado.
De acordo com Khinshtein, as tarefas mais urgentes passam pela remoção completa das minas terrestres e a reposição da população nos níveis anteriores à entrada das forças ucranianas na região.
Também no sábado, o Ministério da Defesa russo afirmou que as suas unidades de engenharia tinham iniciado as operações de desminagem nas zonas fronteiriças recuperadas.
Os esforços visam restaurar as infraestruturas essenciais e permitir que as atividades económicas sejam retomadas após os intensos combates, afirmou o ministério num comunicado.
Ataques continuam em solo ucrâniano
Entretanto, a cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia, foi atingida por vários drones russos em ataques noturnos, de acordo com o chefe da Administração Militar da cidade, Dmytro Bryzhynskyi.
Os drones russos atingiram edifícios residenciais altos, provocando um incêndio que foi apagado pelas equipas de salvamento.
Bryzhynskyi informou também que um drone atingiu um edifício de cinco andares e danificou casas particulares.
Também na região de Chernihiv, um míssil balístico russo terá caído nos arredores da cidade fronteiriça de Semenivka, perto da Rússia, provocando um corte parcial de eletricidade, segundo as autoridades ucranianas.
Nas redes sociais, Volodymyr Zelenskyy destacou as "centenas de ataques às nossas cidades e comunidades esta semana", reforçando que as forças russas "lançaram mais de 1.020 drones de ataque, cerca de 1.360 bombas aéreas guiadas e mais de 10 mísseis de vários tipos" nos últimos dias.